A cárie é a doença bucal mais popular, mas poucos sabem que a periodontite também é comum e perigosa. Aproximadamente 25% da população tem a doença infecciosa, causada por bactérias orais, índice considerado alto por especialistas. Essa inflamação na boca, em última instância, leva à perda dos dentes.
A grande maioria dos casos de periodontite se refere a um estágio avançado da gengivite, que atinge 90% da população. A diferença entre uma e outra é que a gengivite é caracterizada por mais de um ponto sangrando com inflamação na gengiva, porém sem perda óssea, já a periodontite tem a presença da perda óssea.
“Existem fatores de risco clássicos, como fumo e diabetes, que podem levar a uma perda maior dos dentes em pacientes com periodontite, mas existem indicadores de risco, que não são fatores comprovados, como a osteoporose e a má alimentação”, diz o cirurgião-dentista, Giuseppe Romito, especialista em periodontia, professora da Faculdade de Odontologia da USP.
Perda dentária
A periodontite é uma das maiores causas de perdas de dentes, em número igual à cárie. Porém, a perda dentária, dentro da medicina periodontal, deve ser analisada com outras doenças. Segundo Romito, ela pode dificultar o controle glicêmico de diabetes, por exemplo, ou ser indicador de risco de partos prematuros ou bebês de baixo peso. Também pode ser relacionada a doenças pulmonares, ateroscleróticas e até disfunção erétil, isso porque são todos processos inflamatórios.
“Digo que quem tem periodontite moderada a severa, com vários dentes comprometidos, pode ser comparado a uma doença com o tamanho da palma da mão. Então imagine ter uma ferida exposta deste tamanho”, afirma o especialista.
O sangramento pode ser considerado um sinal precoce da doença, mas muitas vezes o paciente não leva em consideração quando a boca sangra. “Se fosse na urina ou nas fezes, ele se atentaria, mas na gengiva, não”. O grande problema é que em 99% dos casos, a periodontite não causa dor, não é como a cárie, que dói e dá sinais. “Quando o paciente percebe, o dente já está mole”, diz Romito.
Crianças
Não é preciso ter idade avançada para ter periodontite. Apesar de ser rara, apenas 3% da população, a doença pode afetar crianças. “A situação é mais rara, mas, quando acontece, chamamos de periodontite agressiva. Isso porque, quando jovem, normalmente a progressão é rápida”, afirma o professor.
Prevenção
A prevenção da periodontite é simples: boa higiene bucal. “Prevenção é escova e fio dental, porque se o paciente for um excelente higienizador, não terá gengivite ou periodontite”, afirma o profissional.
Tratamento
O tratamento da periodontite não recupera o que foi perdido, apenas impede a progressão da doença. Isso quer dizer que quem tem doença periodontal não se cura, trata-se de uma doença crônica que pode ser controlada. “O tratamento pode ser feito pelo dentista com raspagem e descontaminação da boca”, diz.
Sinais de periodontite
- Sangramento
- Mobilidade do dente
- Mau hálito