A partir dos quatro meses, os dentinhos do bebê já começam a nascer. Essa fase pode ser bastante estressante para pais e filhos, principalmente, quando vem associada a sintomas que vão, desde baba excessiva, até febre e diarréias. Para início de conversa, relacionar qualquer sintoma ao nascimento dos primeiros dentes deve ser algo muito bem analisado por um especialista (pediatra ou um odontopediatra). Isso porque essa questão ainda divide muito profissionais do ramo.
“Essa fase coincide com a diminuição dos fatores imunológicos transferidos pela mãe e o início do estabelecimento dos próprios fatores imunológicos da criança, o que pode causar algumas alterações sistêmicas (como febre e vômitos). Ou seja, o fato de a criança apresentar alguns desses sintomas nessa fase pode ser só uma coincidência”, diz Daniela Forlin Passoni, professora de Odontopediatria da Faculdade de Odontologia da FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas).
Apesar disso, esse período da irrupção, que se inicia com quatro meses e vai até os 36 meses (quando todos os dentes já devem ter nascido), pode apresentar alguns sintomas diretamente relacionados à boca, como baba excessiva, inchaço, coceira, vermelhidão e sensibilidade na gengiva.
Outras reclamações dos pais
No entanto alguns pais insistem em relatar que nessa fase seus filhos também sofrem com diarréia, vômitos e febre. Outros garantem que a criança fica mais irritada, mal-humorada, com falta de apetite e problemas para dormir (por causa do incômodo na região gengival).
Apesar de não existir evidências científicas fortes que relacionem a irrupção dos dentes com esses sintomas, alguns especialistas relacionam o estresse causado pelo nascimento dos dentes (e a irritação gengival) à queda da imunidade do bebê, o que explicaria a vulnerabilidade da criança a infecções e viroses.
Truques que amenizam
Para gengivas irritadas algumas técnicas de distração podem ajudar como tentar chamar a atenção do bebê com um brinquedo ou um desenho que ele goste na televisão. Massagear a região gengival com o dedo limpo ou com uma dedeira de silicone também pode aliviar a irritação.
“Também é válido oferecer mordedores e massageadores gengivais (os que contêm gel no interior e podem ser colocados no freezer para endurecer e ficar geladinho). Bebidas e alimentos frios ou duros (como cenoura crua ou biscoito de polvilho sem açúcar) também podem ajudar a ‘coçar’ a gengiva, aliviando o incomodo na região”, diz Daniela.
Mas a especialista faz um alerta: esses mordedores com gel são indicados apenas quando a criança ainda não tem nenhum dente. “Os dentinhos novos podem furar o mordedor fazendo a criança engolir o líquido tóxico que está dentro do produto”, diz Daniela.
O uso de pomadas ou géis anestésicos não é recomendado. “Não temos o controle da dose anestésica utilizada e a criança pode acabar engolindo um pouco do produto prejudicando ainda mais seu bem estar”, diz Daniela.
Se mesmo com todos esses truques a criança continuar com dor, a especialista sugere a consulta com um especialista. “Os analgésicos promovem o alívio da dor. No entanto, eles só devem ser prescritos e orientados pelo odontopediatra ou pediatra da criança”, alerta Daniela.