Oferecimento

Remédios causam mau hálito em idosos, diz pesquisa

Antidepressivos e anti-hipertensivos prejudicam a salivação e podem causar cáries, saburra lingual, boca seca e ardência

29 abr 2014 - 08h00

O mau hálito em idosos é comum e, embora não seja considerado uma doença, pode ser um alerta para muitas questões envolvendo a saúde de quem está envelhecendo. Por isso, preocupada em garantir que a terceira idade tenha uma sobrevida com qualidade, a Associação Brasileira de Halitose (ABHA), fez uma pesquisa com 252 idosos em todo o País. 

A pesquisa indicou que a principal causa da halitose nesta população é o consumo alto de medicamentos, atribuídos às doenças crônicas que aumentam com idade avançada. Entre os entrevistados, 60% afirmaram consumir mais de um medicamento por dia e 82% tomam pelo menos um. Muitos desses remédios, como antidepressivos e anti-hipertensivos, prejudicam a salivação e podem causar cáries, saburra lingual, boca seca e ardência. 

Publicidade

A boca seca, relatada por 70% dos entrevistados, é um dos principais causadores do mau hálito, pois reduz a capacidade de auto-limpeza bucal, favorecendo a ação das bactérias. Por sua vez, essas bactérias acumuladas criam uma camada esbranquiçada sobre a língua, a chamada saburra lingual, que produz compostos mal cheirosos.

O ronco, outro item bastante citado pelos entrevistados (70%), também contribui para o aparecimento da saburra lingual, pois causa uma grande descamação da mucosa bucal. 

O consumo alto de medicamentos, atribuídos às doenças crônicas que aumentam com idade avançada, são a maior causa de mau hálito em idosos
O consumo alto de medicamentos, atribuídos às doenças crônicas que aumentam com idade avançada, são a maior causa de mau hálito em idosos
Foto: Shutterstock
Para evitar a halitose

Existem cuidados especiais, além de apenas escovar os dentes e passar o fio dental, que os idosos podem ter para que o mau hálito não faça parte do seu dia-a-dia. Fazer a limpeza diária da língua com limpadores próprios para remover a saburra, limpar as próteses e mantê-las bem polidas evitam o acúmulo de bactérias. 

Publicidade

“Consumir bastante líquidos, mastigar bem para estimular a salivação, evitar fumo e bebidas alcoólicas, além de ter uma dieta rica em fibras, são algumas práticas que evitam o mau hálito”, diz Maria Cecília Aguiar, especialista em Odontogeriatria, coordenadora da pesquisa e vice-presidente da Associação Brasileira de Halitose (ABHA).  

Círculo vicioso

A halitose não tratada pode comprometer, e muito, a qualidade de vida dos idosos, chegando a levá-los à depressão. “O mau hálito prejudica as relações interpessoais, afeta a autoestima e a confiança de quem sofre do problema. Além disso, o mau hálito pode indicar que há algo errado com a saúde geral, podendo sinalizar, inclusive, problemas graves como o câncer”, afirma a dentista.

É aí que se forma o círculo vicioso, já que, como mostrou a pesquisa, muitos medicamentos usados para o tratamento da depressão têm como efeito colateral a redução da salivação, uma das principais causa do mau hálito. Outro ponto é que, quando as glândulas produtoras da saliva passam a ter um funcionamento inadequado, ficando envelhecidas, ocorre a senilidade de glândulas salivares. “Porém, esse não é um processo natural do envelhecimento saudável, é uma consequência do envelhecimento associado a doenças”, diz Maria Cecília.

Fonte: Agência Beta Este conteúdo é de propriedade intelectual do Terra e fica proibido o uso sem prévia autorização. Todos os direitos reservados.
Fonte: Terra
Fique por dentro das principais notícias
Ativar notificações