Durante a gravidez, a mulher sofre alterações hormonais significativas que são responsáveis por modificações no funcionamento do organismo, inclusive da boca. O aumento de alguns hormônios pode intensificar os sinais de inflamação e os enjoos não deixam a escovação ser das melhores. A boa notícia é que tudo pode ser evitado com a dupla higiene bucal e dentista.
Mas para entender o problema, no caso da gengivite, o alto nível de progesterona, além de potencializar a inflamação, aumenta a permeabilidade vascular e diminui a resistência dos tecidos gengivais aos processos inflamatórios, causados pelas bactérias que, durante a gestação, estão aumentadas e utilizam esses hormônios para sua nutrição.
Pesquisas indicam que as inflamações gengivais podem induzir a hiperirritabilidade da musculatura do útero, provocando contração e dilatação cervical, o que pode ser um gatilho para um parto prematuro. “Existe o risco de essas infecções caírem na corrente sanguínea, prejudicando a saúde da mãe e do bebê”, diz Simone Nofuentes Rodrigues, cirurgiã-dentista do Instituto Israelita de Responsabilidade Social Albert Einstein.
A melhor maneira de se prevenir, continua sendo a boa higienização bucal com o uso de fio dental e raspadores linguais e visitas regulares ao dentista. A gestante pode receber tratamento odontológico em qualquer época da gestação. “As consultas devem ser rápidas e o ideal é que seja realizado no segundo trimestre. As radiografias devem ser evitadas principalmente no primeiro trimestre (fase de formação), caso seja imprescindível sempre usar avental de chumbo e protetor de tireoide”, diz Priscilla Fernandes Giacomelli, cirurgiã-dentista do Instituto Israelita de Responsabilidade Social Albert Einstein.
Pré-natal odontológico
Os cuidados com a sua saúde bucal e a do bebê já devem ser iniciados antes mesmo do seu nascimento. “E após isso, o ideal é que a visita ao dentista seja antes da erupção do primeiro dentinho para que possamos orientar a mãe em relação à higiene, dieta e realizar o exame para verificar se está tudo em ordem com a boquinha do bebê”, diz Priscilla.
Quando a mãe tem uma higiene oral inadequada, o risco de transmissão das bactérias causadoras da cárie aumenta entre ela e o bebê. “Beijar a boca, assoprar o alimento para esfriá-lo, usar o mesmo talher e chupar a chupeta antes de dar à criança são algumas atitudes que favorecem esse contágio”, diz Priscilla.
