Comum em adultos de 20 a 50 anos, a disfunção da ATM causa muitos desconfortos faciais, mas pode regredir com compressas e massagens
25 nov2014 - 08h00
Localizada atrás da bochecha e perto do ouvido, a articulação temporo-mandibular (ATM) liga a mandíbula ao crânio é umas das que mais trabalha no corpo, pois é responsável pela fala e por engolir e mastigar. E é exatamente por causa desse excesso de trabalho (afinal, comemos e falamos diversas vezes por dia) que algumas vezes ela falha, causando os Distúrbios da ATM (DTM).
O DTM, que costuma atingir pessoas entre 20 e 50 anos, se caracteriza por uma dor na região que começa fraca, mas que, ao longo do tempo, sem tratamento, vai piorando. Além disso, ela costuma vir acompanhada de dores de cabeça, zumbido no ouvido, pressão atrás dos olhos e até, nos casos mais graves, estalos com travas.
“Como qualquer outra articulação, a ATM tem um disco articular que, às vezes, entra em descompasso e acaba se deslocando, causando dores em um primeiro momento e travamento em casos mais sérios”, diz Alessandro Silva, cirurgião buco maxilo facial e diretor da Interclin.
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A maioria dos casos de DTM acaba regredindo sozinha (cerca de 10% precisam ser operados) com tratamentos conservadores, como compressas quentes, anti-inflamatórios, repouso e massagens. “A cirurgia é reservada apenas para os casos que falharam ao tratamento conservador. Eu diria que apenas 10 a 25% dos casos falham”, diz Alessandro.
Causa e tratamento
Embora a DTM não tenha uma causa única e específica, existem algumas situações que podem levar ao desgaste ou a lesões nessa articulação, como malformação e desgaste, tensão da musculatura e degeneração do disco articular. “Entre as causas musculares estão às ligadas ao bruxismo, que é o apertamento noturno dos dentes, e as questões psicossomáticas ligadas a dificuldade de dormir e alto nível de stress”, diz o especialista.
Cirurgião-dentistas, psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e reumatologistas são alguns dos profissionais que podem ajudar a corrigir esse distúrbio. Para os casos cirúrgicos, a artroscopia, um tratamento já bastante usado para cuidar de joelhos, é uma opção inovadora. Essas micro-cirurgias, que usam uma câmera para investigar onde está o problema, precisam de somente um dia de internação e possuem um pós-operatório simples.
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Muitas pessoas apertam e rangem os dentes enquanto dormem, um problema progressivo que pode desgastar e até mesmo amolecer os dentes.
Foto: Shutterstock
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Acordar com dor de cabeça ou na mandíbula pode ser sinal de bruxismo. Muitas pessoas apertam e rangem os dentes enquanto dormem, um problema progressivo que pode desgastar e até mesmo amolecer os dentes.
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Segundo o cirurgião-dentista Rodrigo Bueno, consultor da ABO, o bruxismo é associado ao estresse em 100% dos casos. Todos os pacientes com sintomas de bruxismo têm aumento, direto ou indireto, da tensão emocional.
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Assim, o acompanhamento psicológico, junto ao tratamento com o dentista, pode ajudar na cura do bruxismo, uma vez que a psicoterapia identifica e trata as dificuldades emocionais associadas ao problema. Para diminuir a tensão, é indicado praticar esportes, ioga e fazer exercícios de relaxamento.
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Para Rodrigo, pessoas com bruxismo têm termômetro psicológico na boca. O melhor é perceber que o problema não vem do nada e tentar achar suas causas no dia a dia. O profissional explica que qualquer situação estressante pode piorar o sintoma. Se o frio funcionar como agente estressante para uma pessoa, é possível que aumente a tensão.
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No consultório do dentista, o método usado para tratar o bruxismo é o encaixe de placas de acrílico na arcada dental, especialmente durante a noite. Estas placas ajudam a distribuir a força muscular em todos os dentes. Por último, o dentista deve fazer um ajuste fino do fechamento da boca através de seus instrumentos odontológicos de corte. Este procedimento é seguro e indolor ao paciente e rapidamente leva a um alívio do sintoma.
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Apesar de ser mais frequente entre os 15 e 40 anos, o bruxismo pode afetar pessoas de todas as idades. Durante a infância, o problema é mais comum na fase das trocas dentárias. É possível existir desde a conclusão da oclusão infantil - dentes de leite - e pode ganhar destaque nas fases de trocas dentárias devido aos desequilíbrios mastigatórios comuns ao período.
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