Para não descumprir novamente decreto estadual com restrições sobre a covid-19, o Ministério da Saúde decidiu cancelar evento que seria realizado no sábado, 12, na Igreja Ministério Canaã, em Fortaleza (CE).
A medida ocorre após a vigilância sanitária autuar, nesta sexta-feira, 11, universidade que recebeu evento com o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, e a ministra da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves.
A Secretaria de Saúde do Ceará afirma que equipes da vigilância encontraram "aglomeração e pessoas circulando sem máscara de proteção" no evento desta sexta-feira. As duas cerimônias são parte de projeto do governo federal de "Ações de Educação em Saúde em Defesa da Vida".
O governo cearense também afirma que não foi avisado sobre a cerimônia prevista para sábado, agora cancelada.
O Ministério da Saúde afirma informou o Ceará sobre as ações e que não havia sido alertado sobre proibições do decreto contra a covid-19. Até 13 de setembro estão suspensos no Estado "eventos ou atividades com risco de disseminação da covid-19". Depois dessa data, cerimônias serão autorizadas em Fortaleza sob restrições, como lotação máxima de 100 pessoas.
Em evento desta sexta-feira, a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro (Novo), minimizou o descumprimento das regras sanitárias. "Eu louvo a Deus porque descumprimos o decreto, trazendo muitas pessoas, de máscara, para salvar vidas no Estado do Ceará, para mudar o Brasil", afirmou Pinheiro, que foi candidata ao Senado em 2018 pelo PSDB e faz oposição a Camilo Santana (PT) no Ceará. O governador também é adversário do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
A ideia do projeto do governo federal é formar lideranças e profissionais que lidam com crianças prevenção ao suicídio e à automutilação, da gravidez na adolescência, do uso de drogas, além do combate à violência contra populações vulneráveis.
Em cerimônias feitas nesta semana, dentro do projeto, ministros e outras autoridades criticaram projeto de lei sobre plantio de maconha para produção de medicamentos e o aborto.
O Ministério da Saúde não informou se a cerimônia prevista para sábado será remarcada. Além dos eventos feitos na capital cearense, o governo prevê ações em Belo Horizonte e Curitiba ainda em setembro.