O estudo publicado no New England Journal of Medicine sugere que Wegovy, remédio injetável usado para emagrecer, é eficaz no tratamento de diabetes tipo 2 e insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEp). Durante um ano, pacientes obesos receberam Wegovy, resultando em melhora dos sintomas e limitações relacionados à insuficiência cardíaca.
Um estudo publicado no New England Journal of Medicine sugere que o remédio injetável Wegovy, usado para emagrecer, também pode ser eficaz para ajudar pacientes que têm diabetes tipo 2 e um tipo comum de problema cardíaco, chamado de insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEp).
Este problema cardíaco acontece quando o bombeamento de sangue pelo coração é normal, mas o músculo fica enrijecido, de maneira que, após a contração, a capacidade de o órgão encher de sangue fica prejudicada. Pacientes diabéticos que têm a ICFEp geralmente apresentam sintomas mais severos do problema cardíaco, do que aqueles que não têm diabetes.
O remédio Wegovy é usado para tratar casos de obesidade e sobrepeso, e tem o mesmo princípio ativo que o Ozempic, chamado de semaglutida. A substância simula a ação do hormônio de GLP-1, que regula o nível de açúcar no sangue. O remédio induz à sensação de saciedade, perda de peso e reduz a fome.
A Novo Nordisk, farmacêutica responsável pela fabricação de Wegovy (e também do Ozempic), que financiou o estudo, já havia encomendado outra pesquisa que aponta como o Wegovy é benéfico para pacientes com ICFEp, sem diabetes.
O estudo mais recente contou com 616 pessoas com diabetes tipo 2 e ICFEp, com IMC (Índice de Massa Corporal) de ao menos 30, considerados obeso. Durante um ano, um grupo recebeu o Wegovy, enquanto outros tomaram placebo.
Os pacientes que tomaram o remédio apresentaram melhores resultados, com perda de peso e redução nos sintomas e limitações relacionados a insuficiências cardíacas. Além disso, o grupo que ingeriu Wegovy teve menos necessidade de ir a hospitais e participar de consultas médicas de emergência.
"Em pacientes com ICFEp e obesidade, o tratamento com semaglutida (2,4 mg) levou a maiores reduções nos sintomas e nas limitações físicas, melhorias na função do exercício e maior perda de peso do que o grupo que tomou placebo", diz a conclusão.
O próprio estudo aponta, porém, que há limitações em sua condução e que seria necessário acompanhar os pacientes por mais tempo do que um ano, para avaliar os resultados e impactos do uso do medicamento para outros casos.