Sintomas na próstata podem ser confundidos com câncer, mas não devem ser ignorados

Especialista explica que condições como a hiperplasia prostática benigna são comumente confundidas com a doença maligna

15 dez 2024 - 06h15
Resumo
A atenção com a próstata deve ser uma preocupação crescente entre os homens, especialmente após os 50 anos, devido à hiperplasia prostática benigna (HPB). Exames regulares são essenciais para o diagnóstico precoce e o tratamento eficaz.
Medo dos tratamentos já não é mais justificável, diz Rodrigo Lima
Medo dos tratamentos já não é mais justificável, diz Rodrigo Lima
Foto: Divulgação

A atenção com a próstata deve ser uma preocupação crescente entre os homens, especialmente após os 50 anos. A realidade, no entando, é que muitos evitam procurar ajuda médica ao perceberem sintomas relacionados, como dificuldades para urinar ou aumento da frequência urinária, temendo que esses sinais indiquem câncer.

Isso acontece porque, conforme alertam especialistas, a maior parte da população desconhece o fato de que sintomas prostáticos nem sempre significam a presença de um tumor maligno, sendo normalmente confundidos com problemas como a hiperplasia prostática benigna (HPB), geralmente tratáveis sem grandes riscos.

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A HPB se configura como um aumento não cancerígeno da próstata e afeta a maioria dos homens a partir dos 50 anos. Cerca de 50% dos indivíduos acima dessa faixa etária terão HPB, enquanto que, aos 90 anos, a condição chega a afetar cerca de 80% dos homens. Seus sintomas incluem a necessidade frequente de urinar à noite, jato urinário fraco e sensação de bexiga não completamente vazia.

Embora esses indicativos possam ser incômodos, a condição é benigna e, em muitos casos, pode ser controlada com tratamento adequado. “É fundamental que os homens compreendam que, ao contrário do câncer, a HPB raramente leva a complicações graves, como a perda de ereção ou incontinência urinária", explica o urologista Rodrigo Lima.

Apesar de a HPB ser uma condição comum e tratável, muitos homens adiam a consulta médica por medo das possíveis consequências dos tratamentos. O receio de enfrentar uma cirurgia invasiva ou sofrer danos à saúde sexual leva muitos a ignorarem os sintomas, o que pode agravar o quadro e resultar em complicações mais sérias, como insuficiência renal e infecções urinárias recorrentes. 

Além disso, a qualidade de vida pode ser severamente comprometida pela dificuldade para dormir e pela irritabilidade causada pela necessidade constante de ir ao banheiro durante a noite.

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Opções de tratamentos

Os tratamentos modernos para a HPB têm evoluído consideravelmente nos últimos anos. Técnicas como a enucleação endoscópica a laser (HoLEP) oferecem alternativas menos invasivas e com menor risco de efeitos colaterais.

Uma das opções mais modernas, o método Rezum utiliza vapor de água para reduzir o tamanho da próstata e pode ser realizado ambulatorialmente, com sedação leve e sem necessidade de internação. Além disso, pode preservar a ejaculação em até 80% dos casos, uma vantagem em relação a outras técnicas, que apresentam índices de preservação de 20 a 30%. 

“Hoje, o medo dos tratamentos já não é mais justificável. As novas técnicas são seguras, eficazes e têm um impacto muito menor sobre a saúde sexual dos pacientes", afirma Rodrigo Lima. 

A recuperação é mais rápida, e os riscos de complicações, como impotência sexual e incontinência urinária, são minimizados. No entanto, a falta de informação sobre essas opções ainda leva muitos homens a adiar a consulta médica, o que pode resultar em consequências graves a longo prazo.

Consequências da hesitação

A hesitação em procurar um médico é uma realidade comum entre os homens, que, por diversas razões, têm se mostrado mais relutantes em buscar cuidados de saúde. Segundo dados do Ministério da Saúde, pelo menos 31% da população masculina não têm o hábito de ir ao médico, e as pesquisas indicam que os homens vão, em média, quatro vezes menos ao médico do que as mulheres.

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Situações como essas contribuem para o alto índice de mortes por doenças como o câncer de próstata, que, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), é o segundo tipo mais comum entre os homens no Brasil e causa quase 30% das mortes masculinas no país. 

Esse mal, em muitos casos, evolui silenciosamente. Por isso, a realização de exames regulares, como o PSA (Antígeno Prostático Específico) e o toque retal, é essencial para detectar alterações na próstata e permitir o diagnóstico precoce.

Rodrigo Lima destaca que, apesar da eficácia desses exames na detecção de alterações prostáticas, a decisão de realizá-los deve ser discutida com um médico, considerando fatores como histórico familiar, idade e outros riscos. “A detecção precoce é crucial para o tratamento eficaz do câncer de próstata. Homens com mais de 50 anos devem realizar o PSA e o toque retal anualmente. Aqueles com histórico familiar ou fatores de risco devem começar a avaliação aos 45 anos”, alerta o especialista.

É fundamental que os homens se informem sobre as opções de tratamento e busquem acompanhamento médico regularmente. As opções modernas de tratamento para problemas da próstata têm evoluído para oferecer opções menos invasivas, com menores riscos para a saúde sexual e a qualidade de vida.

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“Ignorar os sintomas ou adiar o tratamento pode resultar em complicações sérias, mas com o acompanhamento médico adequado, muitos problemas prostáticos podem ser tratados de forma eficaz, sem impactos negativos duradouros na saúde”, destaca Rodrigo.

(*) Homework inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.

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