SP lidera casos de mpox no país: como identificar se uma lesão pode ser sintoma?

Lesões de mpox tem características distintas de outras lesões de pele; saiba identificar

3 set 2024 - 12h09
airdone/Gettyimages
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Foto: Minha Vida

O Brasil registrou até o dia 27 de agosto 836 casos confirmados ou prováveis de mpox desde o início do ano. Desse total, 427 registros foram no estado de São Paulo, representando 51,5% do total de casos no país. O número de casos é 112 a mais do que o contabilizado entre janeiro e julho deste ano, conforme o último boletim do Ministério da Saúde. Até o momento, no entanto, não há registro de casos da nova variante no Brasil.

Com a alta de diagnósticos, muita gente se questiona como identificar lesões de mpox e diferenciá-las de outros tipos de lesões. Em entrevista ao Terra Você, a médica dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Mayla Carbone, explica as características distintivas que são associadas à doença.

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De acordo com a médica, as lesões de pele associadas ao mpox geralmente começam como manchas planas ou ligeiramente elevadas, que evoluem rapidamente para pápulas, que são lesões elevadas e sólidas, passando pelas vesículas, que são pequenas bolhas cheias de líquido e, em seguida, para pústulas, que são lesões cheias de pus. 

A especialista conta que essas lesões são dolorosas e podem coçar. As pústulas, em particular, são um sinal característico e têm uma aparência firme com um centro rebaixado. Com o tempo, as lesões formam crostas que eventualmente caem. 

“Um aspecto distintivo é que elas tendem a aparecer em um padrão sincrônico, ou seja, em uma mesma área da pele, várias lesões podem estar na mesma fase de desenvolvimento”, diz a dermatologista.

Como evoluem? 

As lesões de pele do mpox passam por várias fases ao longo de 2 a 4 semanas. Inicialmente, aparecem como manchas avermelhadas que, em poucos dias, se transformam em pápulas. 

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Em seguida, essas pápulas evoluem para vesículas cheias de líquido claro, que então se tornam pústulas, produzindo pus. Após cerca de 1 semana, as pústulas começam a formar crostas, que eventualmente se destacam, deixando a pele curada, mas podendo formar cicatrizes.

Outros sintomas 

Além dessas lesões, o mpox costuma se manifestar inicialmente com sintomas como febre, dores de cabeça, dores musculares, cansaço extremo e linfonodos inchados, especialmente no pescoço, axilas e virilha. 

“Esses sintomas costumam dar sinais antes das erupções cutâneas, em 6 a 13 dias, e a linfadenopatia é um sinal que ajuda a diferenciar o mpox de outras doenças como a varíola, por isso é importante consultar um médico assim que sentir esses desconfortos”, reforça a especialista.

A febre e o mal-estar podem ser intensos, mas tendem a melhorar conforme as lesões de pele evoluem. O teste mais recomendado para o diagnóstico da mpox  é a PCR, que detecta o DNA do vírus em amostras colhidas diretamente das lesões cutâneas. 

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Tratamento 

O tratamento e o manejo do mpox é sintomático, ou seja, focam no alívio dos sintomas e no suporte ao paciente durante a doença. Medicações como antitérmicos e analgésicos podem ser usados para controlar a febre e as dores, mas automedicação não é indicada por especialistas. 

“É muito importante também que os pacientes com suspeita ou confirmação de mpox sejam isolados para prevenir a transmissão do vírus, e a higiene deve ser redobrada. Então além de lavar as mãos constantemente, recomendo o uso de papel descartável para secar”, indica a médica.

A Organização Mundial da Saúde também recomenda que a pessoa contaminada se abstenha de atividade sexual durante toda a evolução da doença. Além disso, a notificação de casos suspeitos às autoridades de saúde é necessária para o monitoramento e controle de possíveis surtos.

A estratégia de vacinação prioriza a proteção das pessoas com maior risco de evolução para as formas graves da doença, como: 

  • Pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA): homens cisgêneros, travestis e mulheres transexuais; com idade igual ou superior a 18 anos; e com status imunológico identificado pela contagem de linfócitos T CD4 inferior a 200 células nos últimos seis meses.
  • Profissionais de laboratório que trabalham diretamente com Orthopoxvírus em laboratórios com nível de biossegurança 2 (NB-2), de 18 a 49 anos de idade.
  • Pessoas que tiveram contato direto com fluidos e secreções corporais de pessoas suspeitas, prováveis ou confirmadas para mpox, cuja exposição seja classificada como de alto ou médio risco, conforme recomendações da OMS, mediante avaliação da vigilância local.
Fonte: Redação Terra Você
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