Suplemento de vitamina D não é mais indicado para todos; veja riscos da falta ou excesso

Em excesso e com uso indiscriminado, substância pode oferecer riscos à saúde; alerta partiu de sociedade internacional de endocrinologia

5 jul 2024 - 10h48
(atualizado às 10h52)

Desde a pandemia, a suplementação de vitamina D aumentou em números surpreendentes. Recentemente a Endocrine Society, entidade que representa a classe da endocrinologia internacionalmente, estabeleceu novos critérios sobre quais grupos realmente precisam do hormônio – em geral, crianças, adolescentes, gestantes e idosos – para evitar o uso indiscriminado da substância.

Descoberta no século 20 como tratamento para crianças que sofriam de raquitismo, a vitamina D, na verdade, é um hormônio. A substância desempenha um papel crucial na manutenção da saúde óssea e na regulação do metabolismo do cálcio e do fósforo no organismo. A molécula, produzida naturalmente pelo corpo, passou a ser produzida em laboratório e consumida por pessoas que sofrem com a falta de exposição solar na forma de suplemento.

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A médica Simone de Paula, médica geriatra da Saúde no Lar, explica que as principais funções da vitamina incluem a absorção de cálcio e fósforo, essenciais para a formação e manutenção de ossos e dentes saudáveis.

"A vitamina D previne doenças como osteoporose, osteomalácia e raquitismo; contribui para o bom funcionamento do sistema imunológico, ajudando a combater infecções; auxilia na manutenção da função muscular, prevenindo fraquezas e quedas, especialmente em idosos e, alguns sugerem que a vitamina D pode ter um papel na saúde cardiovascular, embora mais pesquisas sejam necessárias", descreve a médica.

Vitamina D
Vitamina D
Foto: Unsplash

Simone detalha em que casos específicos o suplemento é indicado:

  • Quando há deficiência de Vitamina D, através de diagnóstico confirmado por exames laboratoriais, mostrando níveis séricos de 25-hidroxivitamina D abaixo do recomendado;
  • Em casos de osteoporose e osteomalácia, para prevenir e tratar essas condições, especialmente em idosos e mulheres pós-menopausa; 
  • Em casos de raquitismo em crianças com deficiência de vitamina D, para prevenir deformidades ósseas; 
  • Pacientes que têm doenças que afetam a absorção de nutrientes, como doença celíaca, doença de Crohn e fibrose cística; 

No caso de indivíduos que têm pouca exposição ao sol, Simone indica a suplementação para "aqueles que vivem em regiões de alta latitude, usam roupas que cobrem a maior parte do corpo ou passam muito tempo em ambientes fechados e idosos, pois a produção de vitamina D pela pele diminui com a idade, tornando a suplementação muitas vezes necessária".

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Segundo a especialista, ainda que a suplementação de vitamina D seja benéfica para muitas pessoas, nem todos devem consumi-la indiscriminadamente. "É essencial que a suplementação seja orientada por um profissional de saúde, e acompanhada em exames laboratoriais e avaliação clínica", avalia.

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O que acontece se há vitamina D em excesso?

O consumo excessivo de vitamina D pode levar à hipervitaminose D, uma condição tóxica que causa hipercalcemia (níveis elevados de cálcio no sangue), resultando em náuseas, vômitos, fraqueza, e em casos graves, danos renais e cardiovasculares.

Pacientes com certas condições médicas, como sarcoidose, tuberculose ou linfoma, podem ter risco aumentado de hipercalcemia e devem usar suplementos de vitamina D com cautela. Além disso, a vitamina D pode interagir com alguns medicamentos, como corticosteróides, anticonvulsivantes e medicamentos para perda de peso, afetando sua eficácia ou aumentando o risco de efeitos colaterais.

"A suplementação de vitamina D é uma ferramenta valiosa na promoção da saúde óssea e geral, especialmente em populações com risco para a deficiência. No entanto, seu uso deve ser cuidadosamente monitorado e orientado por profissionais de saúde para evitar complicações e garantir a eficácia do tratamento", indica Simone. 

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Fonte: Redação Terra Você
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