Um surto de coronavírus já causou a morte de oito idosos no Lar dos Velhinhos de Piracicaba, interior de São Paulo, considerado a primeira "cidade geriátrica" do País. Todos os óbitos foram registrados este mês - três no último fim de semana. Outros 53 idosos e 30 funcionários foram infectados pelo vírus. Seis velhinhos estão internados com a doença. Piracicaba registrava na manhã desta terça-feira, dia 23, 76 mortes pela covid-19. Desse total, 27 aconteceram em instituições de idosos, sendo 12 no Lar Betel. Em todo o Estado, houve ao menos 74 mortes de idosos pela covid-19 em asilos.
Fundado em 1906, o Lar dos Velhinhos de Piracicaba abriga 408 idosos, atendidos por 258 funcionários. Eles estão distribuídos em 132 chalés e cinco pavilhões comunitários. A instituição é uma das maiores do Estado de São Paulo.
De acordo com a responsável técnica, a enfermeira Jucimara Pereira da Silva, desde março foram tomadas medidas preventivas contra o coronavírus no local, como a suspensão temporária das visitas e a distribuição de máscaras. Os idosos que saíam para atendimento médico ficavam em isolamento no retorno.
Segundo ela, os cuidados não impediram que o vírus atingisse a instituição. "Após a constatação dos casos positivos, os funcionários foram afastados por 15 dias e destinamos um dos pavilhões, onde aconteceu a grande maioria dos casos, para funcionar como um quarentenário." Desde o dia 14, além dos equipamentos de proteção individual (EPI), os funcionários estão usando roupas especiais, doadas por uma cooperativa médica. A faixa etária das vítimas vai de 70 a 90 anos.
Outros asilos da cidade registraram óbitos de idosos. Foram seis mortes no Bem Viver e uma no Gran Giardino. A Prefeitura de Piracicaba informou que a vigilância sanitária municipal dá total apoio às medidas de combate ao vírus tomadas pelas instituições de idosos.
Em outras 12 cidades do interior foram registradas mortes de idosos pelo coronavírus em instituições de longa permanência. Em Itu, um asilo foi interditado após o registro de nove mortes. Houve ainda seis óbitos em uma instituição de Hortolândia e quatro em um asilo de Botucatu. Abrigos de idosos de Ribeirão Preto também tiveram quatro mortes confirmadas. Em Santos, no litoral, uma única instituição de idosos registrou seis óbitos.