Surto de dengue: saiba quais são os sintomas e como evitar a doença

Entenda quais cuidados são essenciais para se proteger contra a dengue

1 mar 2024 - 14h12
(atualizado às 16h14)

Dados do Ministério da Saúde apontam que o  Brasil registrou mais de 200 mil casos de dengue somente em 2024, número três vezes maior que no mesmo período no ano passado.

Entenda quais cuidados são importantes para prevenir a dengue |
Entenda quais cuidados são importantes para prevenir a dengue |
Foto: jcomp/Freepik / Boa Forma

A doença é causada por um arbovírus, um microrganismo patógeno transmitido pela picada do Aedes aegypti. De acordo com a Dra. Dania Abdel Rahman, infectologista, apenas a fêmea do mosquito é capaz de passar o vírus para os seres humanos, pois ela precisa do ferro do sangue para se reproduzir.

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"Não há transmissão pelo contato direto com um doente nem por outras fontes, como água ou alimento", afirma a coordenadora do setor de infectologia clínica e controle de infecção do Hospital Albert Sabin.

A dengue é tipicamente de países tropicais, como o Brasil, uma vez que o índice de chuvas, especialmente no verão, é mais alto nesses locais, facilitando a deposição de larvas do mosquito transmissor em águas paradas.

"Por esse motivo, não devemos deixar água parada, já que dessa forma o mosquito encontra o ambiente propício à sua proliferação ", orienta.

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SINTOMAS DA DENGUE

Os principais sintomas da dengue são:

  • Febre alta;
  • Dores musculares intensas;
  • Dor ao movimentar os olhos;
  • Falta de apetite;
  • Cefaleia (dor de cabeça);
  • Manchas avermelhadas pelo corpo com coceira, mais comumente após o quinto dia de sintomas.

TRATAMENTO

Não existe uma medicação específica para matar o vírus da dengue. A infecção tende a se resolver por conta própria com o passar dos dias. No entanto, podem ser utilizados remédios para o alívio dos sintomas, entre eles, paracetamol e dipirona.

Quando o paciente apresenta desidratação e/ou hemorragias, é necessária a internação hospital. "Por tratar-se de uma doença inflamatória potencialmente grave , é de extrema importância realizar uma hidratação vigorosa nesse período", explica a infectologista do HAS.

OS PROBLEMAS DA AUTOMEDICAÇÃO

Diante do surto de dengue no Brasil, passaram a circular em diversas redes sociais indicações do uso de Ivermectina para combater a doença. Rafaela Sitiniki, farmacêutica responsável pela plataforma Consulta Remédios, ressalta que não existem evidências científicas que comprovem isso.

"É um antiparasitário, enquanto a dengue é um vírus. A questão da automedicação é muito complicada, sobretudo quando se fala de dengue. Não há hoje qualquer protocolo de tratamento da enfermidade com a Ivermectina", diz.

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Além da Ivermectina, medicamentos como analgésicos e anti-inflamatórios, por exemplo o ácido acetilsalicílico, presente na Aspirina, e o Ibuprofeno, podem ser potencialmente perigosos aos indivíduos com dengue.

"O ácido acetilsalicílico, em particular, possui propriedades anticoagulantes, reduzindo os fatores de coagulação sanguínea. Esse efeito anticoagulante pode facilitar sangramentos e complicar o processo de cicatrização, tornando-se um fator de risco adicional. Outros medicamentos anti-inflamatórios denominados hormonais ou corticoesteroides como dexametasona, prednisona, prednisolona e hidrocortisona também devem ser evitados, pois podem favorecer as hemorragias", afirma Rafaela.

Além disso, é necessário lembrar que a automedicação também pode atrasar ou comprometer o diagnóstico adequado, já que contribui para o mascaramento de sintomas. Portanto, ao notar qualquer alteração, busque imediatamente um atendimento médico.

COMO EVITAR A DENGUE?

Além do combate ao mosquito, adotando hábitos como tampar caixas d'água e lixeiras, colocar areia nos pratos de plantas, limpar bem as vasilhas de animais de estimação e eliminar os focos de água parada, é fundamental enfatizar a importância da vacinação.

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Dania fala que, no mercado, há uma nova vacina, a Qdenga, proveniente de um laboratório japonês que se chama Takeda. Segundo a médica, esse imunizante é desenvolvido com o vírus vivo atenuado, então, não deve ser indicada para pacientes imunossuprimidos.

"Em bula é recomendada dos 4 aos 60 anos de idade. Gestantes também não devem ser vacinadas, nem mulheres que amamentam, porque é feita com vírus vivo atenuado. É uma vacina muito eficaz, que mostrou ótimos resultados nos estudos", informa a infectologista.

A Qdenga protege contra os quatro subtipos mais conhecidos do vírus e envolve a aplicação de duas doses, que devem ser tomadas com intervalos de três meses entre cada uma delas.

"Também vale mencionar que, entre os cuidados para 'espantar' o mosquito, estão as barreiras físicas, como mosquiteiros e telas, e as barreiras químicas, como repelentes e inseticidas", conclui a Dra. Dania Abdel Rahman.

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