Tabagismo: entenda os riscos do cigarro para o coração

O tabagismo é um dos principais responsáveis por doenças cardíacas e vasculares, incluindo infartos e AVCs

29 ago 2024 - 11h47
(atualizado às 13h54)

Nesta quinta-feira (29), comemora-se o Dia Nacional de Combate ao Fumo, data criada para conscientizar a população sobre os riscos do tabagismo, inclusive em relação à saúde cardiovascular. O cigarro é um dos maiores vilões quando se trata de problemas no coração, como infarto do miocárdio e arritmias. A nicotina, substância altamente viciante presente nos cigarros, provoca uma série de alterações prejudiciais no organismo, aumentando a incidência de doenças cardíacas e vasculares.

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o tabagismo é responsável por cerca de 30% das mortes por doenças cardíacas no Brasil. O risco de infarto em fumantes é três vezes maior em comparação com pessoas que nunca fumaram. Além disso, o tabagismo passivo, ou seja, a inalação da fumaça por não-fumantes, também é um fator de risco significativo, sendo responsável por milhares de mortes prematuras todos os anos.

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"A nicotina presente no cigarro provoca o estreitamento das artérias, aumentando a pressão arterial e sobrecarregando o coração," explica a cardiologista e arritmologista Julianny Freitas Rafael. "Com o tempo, esse efeito pode levar a complicações graves, como infarto, insuficiência cardíaca e morte súbita. Parar de fumar é, sem dúvida, uma das medidas mais eficazes para reduzir esses riscos", completa.

Julianny ressalta ainda que, embora o abandono do cigarro seja um desafio para muitos, os benefícios à saúde são significativos e podem ser percebidos em pouco tempo. "Após 20 minutos sem fumar, a pressão arterial e os batimentos cardíacos voltam ao normal. Em 24 horas, o risco de um ataque cardíaco já começa a diminuir. A longo prazo, após 15 anos de abstinência, o risco de doença coronariana se iguala ao de uma pessoa que nunca fumou", afirma.

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Riscos para outras doenças

Além dos impactos diretos no coração, o tabagismo também contribui para o desenvolvimento de outras doenças, como câncer de pulmão, doenças respiratórias crônicas e acidente vascular cerebral (AVC). Os fumantes têm o dobro de chances de sofrer um AVC em comparação com não-fumantes. 

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Com a crescente popularidade dos cigarros eletrônicos, muitos fumantes acreditam que essa pode ser uma alternativa menos nociva. No entanto, estudos recentes apontam que os cigarros eletrônicos também contêm nicotina e outras substâncias prejudiciais, que podem causar inflamações nos pulmões e aumentar o risco de doenças cardiovasculares.

Os números não mentem: segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 8 milhões de pessoas morrem anualmente em decorrência do uso do tabaco, sendo que 1,2 milhão são não-fumantes expostos ao fumo passivo. Portanto, a luta contra o tabagismo é uma questão de saúde pública que precisa ser abordada com seriedade e urgência.

"Abandonar o cigarro é uma das melhores decisões para proteger o coração e a saúde em geral", alerta Julianny. A médica cardiologista reforça ainda que "consultar um médico é fundamental para obter suporte nesse processo. Existem diversos tratamentos disponíveis, desde terapias comportamentais até medicamentos, que podem auxiliar o fumante a superar o vício".

Tratamento gratuito 

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamentos integrais e gratuitos às pessoas que desejam parar de fumar por meio de medicamentos como adesivos, pastilhas, gomas de mascar (terapia de reposição de nicotina) e outros, além do acompanhamento médico necessário para cada caso. Mais informações podem ser obtidas no Disque Saúde 136.

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