Taxa de ocupação de UTIs na Grande SP chega a 91,8%

Mais de 4 mil pessoas estão internadas com covid-19 em leitos de terapia intensiva da rede pública paulista

24 mai 2020 - 16h46
(atualizado às 16h53)

Com 11,9 mil pessoas internadas por covid-19 na rede pública paulista, a taxa de ocupação das UTIs da Grande São Paulo chegou neste domingo, 24, a 91,8%, segundo valor mais alto desde que o índice começou a ser divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde. Antes disso, o cenário só havia sido pior no 17 de maio, quando o porcentual de ocupação dos leitos de terapia intensiva foi de 92,2%.

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo 
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Foto: Wikimedia Commons / Estadão Conteúdo

O índice de ocupação dos leitos de UTI de todo o Estado segue inferior ao observado na região metropolitana de São Paulo, mas bateu recorde neste domingo, mostrando o avanço da pandemia para o interior e o litoral. Hoje, 75,7% de todos os leitos de UTI da rede pública paulsita dedicados para pacientes com coronavírus estão ocupados.

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Os dados, divulgados na tarde deste domingo pela Secretaria da Saúde, mostram ainda que, dos mais de 11 mil pacientes hospitalizados, 4.661 estão em UTIs. Especialistas vêm defendendo a necessidade de lockdown (isolamento radical) quando o sistema público chega a mais de 90% de ocupação dos leitos de terapia intensiva.

Até agora, no entanto, o governador João Doria vem adotando medidas alternativas ao bloqueio total, como a quarentena para comércios não essenciais e a antecipação do feriado da Revolução Constitucionalista de 1932 do dia 9 de Julho para esta segunda-feira, 26 de maio. Na próxima semana, após o feriado, Prefeitura e governo do Estado devem anunciar as mudanças da atual quarentena, que acaba no próximo dia 31.

Mortes

Ainda de acordo com o balanço da Secretaria da Saúde, foram confirmados nas últimas 24 horas 1.603 novos casos e 118 novos óbitos pela covid-19. Com os registros, aumentou para 6.163 o número de mortos pela doença no Estado e chegou a 82.161 o total de infecções confirmadas.

Ao menos 508 dos 645 municípios paulistas já registraram casos da doença, o que equivale a 78% do território estadual. Destes, 236 tiveram uma ou mais vítimas fatais.

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A secretaria informou que 72,9% dos mortos tinham 60 anos ou mais. Em números absolutos, as faixas etárias com o maior volume de vítimas são as de 70 a 79 anos (1.464 óbitos), seguida por 60 a 69 anos (1.429) e 80 a 89 (1.196). Também faleceram 405 pessoas com mais de 90 anos. Fora do grupo de idosos, morreram 892 pessoas com idades entre 50 e 59 anos, 455 na faixa dos 40 a 49 anos, 242 entre 30 e 39 anos, 53 na faixa dos 20 a 20 anos, 17 com idades entre 10 a 19 anos e dez com menos de dez anos.

De acordo com a secretaria, "os principais fatores de risco associados à mortalidade são cardiopatia (58,5% dos óbitos), diabetes (43,3%), doença neurológica (11,3%), doença renal (10,4%) e pneumopatia (9,7%). Outros fatores identificados são imunodepressão, obesidade, asma e doenças hematológica e hepática. Esses fatores de risco foram identificados em 4.981 pessoas que faleceram por COVID-19 (80,8%)".

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