A saúde emergiu nos últimos dez anos como prioridade para 80% dos participantes de um estudo, influenciando o mercado e aumentando os investimentos em inovação. A telemedicina surgiu como solução para superar as dificuldades no acesso à saúde e expandir a abrangência dos cuidados médicos, contribuindo para a democratização e humanização desse serviço.
Nos últimos dez anos, a tecnologia tem facilitado o acesso e acelerado mudanças nos hábitos de consumo, nas dinâmicas sociais e no ambiente corporativo. Em meio a essas transformações, a saúde emergiu como uma preocupação primordial.
Conforme o Grupo Allianz Partners, que conduziu um estudo com mais de 25 mil pessoas em 10 países, a saúde é a principal preocupação para 80% dos participantes, superando outros aspectos da vida, como dinheiro, investimentos, dívidas e planejamento financeiro; questões familiares, amizades e conexões sociais; emprego, crescimento profissional, satisfação no trabalho e equilíbrio entre vida pessoal e profissional, por exemplo.
Percebendo essa tendência, o mercado vem se ajustando para atender às expectativas dos consumidores, fortalecendo as relações e interações entre empresas e clientes e criando soluções que beneficiam ambas as partes.
À medida que a saúde se torna uma prioridade, também presenciamos um aumento substancial nos investimentos em inovação no setor. O timeline dos investimentos aponta que em 2021 o aporte global em inovação na saúde alcançou um marco histórico, ultrapassando os US$ 44 bilhões, o que representa o dobro do ano anterior e três vezes o montante de 2019.
Este crescimento reflete uma transformação acelerada no setor, estimulada principalmente pela pandemia da Covid-19. A saúde global experimentou uma evolução rápida, marcada por avanços notáveis e alterações nas regulamentações, incluindo a implementação da telessaúde.
Mudanças como essas têm como foco novas alternativas de prevenção, indicando um novo direcionamento para o cuidado com a saúde.
Vazio assistencial
A telemedicina, que emergiu como uma necessidade urgente em resposta à crise sanitária global provocada pela Covid-19 a partir de 2020, transformou-se de um mero tópico de debate para um serviço essencial.
Globalmente, a adoção de teleconsultas reflete essa urgência, com um aumento significativo na utilização, saltando de 7% para 17% entre os usuários. No contexto da saúde digital, o mercado global está previsto para atingir a marca de US$ 857,2 bilhões até 2030, impulsionado por uma taxa de crescimento anual robusta de 18,8%.
Na América Latina, a telemedicina surge como uma solução para desafios como a falta de médicos e o envelhecimento da população. Este avanço no setor é impulsionado pela necessidade de superar a distribuição desigual de profissionais e pelo aumento do uso de smartphones.
A tecnologia vem transformando o acesso à saúde, permitindo que profissionais, incluindo médicos e terapeutas, ofereçam serviços integrados e simplificados. A telemedicina não só combina práticas médicas tradicionais com tecnologia de conexão remota, mas também expande o atendimento para regiões anteriormente isoladas e que historicamente sofrem com a falta de profissionais dispostos a atuar na localidade, promovendo assim o bem-estar e uma abordagem mais humanizada ao cuidado.
A solução atua como um agente democratizante, pois garante igualdade de acesso aos cuidados de saúde, superando barreiras econômicas e sociais. Além disso, amplia o alcance do atendimento médico a áreas que enfrentaram barreiras significativas, impactando positivamente o bem-estar dos pacientes e das organizações e beneficiando a sociedade de forma segura, eficiente e humanizada.
Em conclusão, a tecnologia está não apenas tornando os cuidados de saúde mais acessíveis e eficazes, mas também está moldando o futuro da saúde, com a telemedicina desempenhando um papel crucial nessa transformação.
(*) Mauren Souza é CEO e cofundador da Doutor Ao Vivo.