Os casos e a preocupação em decorrência de uma nova subvariante da covid-19, a EG.5, popularmente chamada de Éris, têm crescido. Ela está presente em pelo menos 51 países, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mas esse número deve ser maior, vide o recente registro no Brasil.
Embora seja mais transmissível e tenha maior capacidade de escapar da imunidade, a Éris não parece, por ora, causar quadros mais graves. Especialistas e autoridades de saúde recomendam que a população atualize o calendário de vacinação contra a covid-19, e que pessoas de grupos de risco usem máscara em locais fechados e em aglomerações.
O que é a EG.5 ou Éris?
A EG. 5 é uma subvariante e descendente da Ômicron. Usuários do Twitter e alguns meios de comunicação apelidaram-na, não oficialmente, de "Éris".
Quando foi detectada e em quantos países está presente?
Em nota técnica, a OMS relatou que a EG.5 foi notificada em 17 de fevereiro. O documento, divulgado em 9 de agosto, dizia que, até o momento, 51 países já haviam registrado casos de covid causados por ela. O número deve ser maior, vide a recente notificação da primeira infecção no Brasil, ocorrida no Estado de São Paulo.
O comunicado da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), lançado antes da confirmação deste caso, dizia que era "possível (a Éris) já estar circulando no País de forma silenciosa, devido ao baixo índice de coleta e análise genômica no Brasil". "Apesar disto, não houve modificação no cenário de casos notificados de covid-19 ou aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Brasil no momento, não havendo necessidade de mudança das recomendações vigentes."
Quantos casos já foram registrados no mundo?
Até 7 de agosto, segundo a OMS, 7.354 sequências de EG.5 foram enviadas. A maior parte delas veio da China (30,6% das notificações enviadas à OMS). Os outros países com pelo menos 100 sequências são Estados Unidos (18,4%), Coreia do Sul (14,1%), Japão (11,1%), Canadá (5,3%), Austrália (2,1%), Singapura (2,1%), Reino Unido (2,0%), França (1,6%), Portugal (1,6%) e Espanha (1,5%).
De acordo com a agência da ONU, há um "aumento constante" na proporção de GE-5 relatados. Durante a semana epidemiológica 29 (17 a 23 de julho), a prevalência era de 17,4%. Um "aumento notável" em relação há um mês. Na semana 25 (19 a 25 de junho), a taxa era de 7,6%.
Nos EUA, ela já é a variante dominante, e representa 17,3% dos casos de covid registrados no país. Os dados disponíveis vão até 5 de agosto. Segundo a agência de saúde do Reino Unido, por lá a EG.5 representava 25,7% das amostras coletadas entre 24 de julho e 30 de julho, ficando atrás apenas da XBB.1.16, com 30,1%, que também é da família da Ômicron.
Éris é mais perigosa?
Nos EUA, onde já é dominante, no último mês, houve um aumento de 14,3% nas hospitalizações por covid (7 de junho até 5 de agosto) e de 8,3% nas mortes (24 de junho até 12 de agosto). Os dados são do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).
A OMS relatou que, de fato, países com prevalência crescente de EG.5 observaram aumento de casos e hospitalizações, mas, no momento, não há evidência de maior gravidade da doença. A agência disse não ver "riscos adicionais à saúde pública" em relação às outras cepas da covid.
No entanto, destacou que precisamos de mais informações para cravar isso. "Devido à falta de confiabilidade dos relatórios e à disponibilidade não representativa do sequenciamento, dados adicionais descritos nesta avaliação de risco são necessários."
Quais os sintomas da Éris?
Segundo especialistas ouvidos pelo jornal americano The Washington Post, os sintomas permanecem comuns ao coronavírus em geral. Eles podem incluir tosse, febre ou calafrios, falta de ar, fadiga, dores musculares ou corporais, perda de paladar ou olfato e dores de cabeça.
De acordo com o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs), a paciente brasileira apresentou febre, tosse, fadiga e dor de cabeça. Ela já está curada.
As vacinas protegem contra a Éris?
A EG.5 tem mutações que favorecem um escape do sistema imune, independentemente se houve infecção prévia ou vacinação. Ainda assim, as autoridades de saúde globais e nacionais orientam a busca pelas injeções, uma vez que elas seguem protegendo contra casos graves e mortes.
O que fazer para se proteger da nova variante?
Além da orientação por manter o calendário de vacinas contra covid atualizado, a SBI recomenda que pessoas dos grupos de risco (com 60 anos ou mais, imunossuprimidos, gestantes, população indígena e profissionais de saúde) usem máscaras em locais fechados, com baixa ventilação e aglomeração. A associação também reforça a necessidade de testar todos aqueles com sintomas de síndrome gripal.