Internado no início de agosto devido a uma insuficiência cardíaca, o apresentador Fausto Silva, após uma piora no quadro, agora aguarda na fila para um transplante de coração, segundo informações divulgadas pelo Hospital Israelita Albert Einstein no último dia 20. A situação de Faustão levantou uma série de dúvidas sobre a condição, que afeta cerca de 3 milhões de brasileiros, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia.
“A insuficiência cardíaca é caracterizada pela incapacidade do coração de funcionar adequadamente, deixando de bombear sangue para outros órgãos e tecidos, o que compromete a saúde do organismo e a qualidade de vida do paciente. As causas são extremamente variadas e, de maneira geral, a insuficiência cardíaca é a consequência final de muitas condições que afetam o coração, como infarto, hipertensão e doenças nas válvulas do órgão”, explica Caroline Reigada, nefrologista especialista em Medicina Interna pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e em Nefrologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
É importante discutir o problema
De acordo com a médica, a discussão sobre a doença na mídia é importante para conscientizar a população sobre seus fatores de risco, visto que a prevenção é a melhor estratégia quando se trata de insuficiência cardíaca.
“Além de condições prévias do coração e histórico familiar de problemas cardíacos, doenças metabólicas, como diabetes e obesidade, e maus hábitos, como o tabagismo e uma alimentação rica em sal e gorduras, também podem favorecer quadros de insuficiência cardíaca. Por isso, é fundamental adotar um estilo de vida saudável, com prática regular de atividade física, dieta balanceada, controle do peso e bons hábitos de sono”, aconselha a especialista.
Caroline ressalta ainda a importância de atentar-se aos sintomas, pois a insuficiência cardíaca ainda é muito negligenciada e o diagnóstico precoce garante um melhor prognóstico com menor intervenção.
“No início, a insuficiência cardíaca pode não apresentar sintomas. E quando esses sinais começam a aparecer, muitas vezes, não são óbvios. É comum, por exemplo, sentir cansaço e falta de ar, que tendem a ser ignorados tanto por pacientes quanto por médicos, atrasando o diagnóstico. Em casos mais graves, no entanto, é possível notar inchaço nos membros inferiores e no abdômen, perda de apetite, confusão mental, tosse e dificuldade para dormir devido à respiração prejudicada”, detalha a médica, que alerta que, ao notar esses sintomas, é fundamental buscar um médico, principalmente se você já possui alguma doença cardíaca.
Transplante não é a única solução
Com o diagnóstico, o médico poderá recomendar o melhor tratamento para cada caso com base na gravidade da doença, sendo que o transplante de coração não é a única solução e é geralmente reservado para os casos mais graves e irreversíveis.
“Na realidade, o primeiro passo no tratamento da insuficiência cardíaca é a mudança no estilo de vida, com adoção de uma rotina de exercícios físicos e readequação alimentar. Essas medidas, combinadas ao uso de medicamentos que melhoram o desempenho do coração, já são capazes de fazer com que o paciente conviva bem com a doença. Mas, caso não haja resposta a essa abordagem, é possível optar por outras estratégias, como a implantação de aparelhos semelhantes a marca-passos chamados de ressincronizadores, realização de cirurgias cardíacas específicas, para substituir uma válvula por exemplo, ou então o transplante de coração”, finaliza Caroline Reigada.
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