Recentemente a história de um idoso que ficou internado com Covid-19, e que não bebe água há pelo menos 30 anos, passou a repercutir nas redes sociais. Na porta de seu quarto no hospital há um comunicado que diz “Não tomo remédio liquido. Não bebo água! Só coca-zero”.
E meu padrinho que o ÚNICO líquido que ele bebe há mais de 30 anos é Coca Cola. Sim, ele não bebe nenhum outro líquido que não seja Coca Cola, nem água. A imagem da direita não me deixa mentir pic.twitter.com/s8cAqn719Z
— João Victor 🃏 (@ijoaovv) February 24, 2024
Água é fundamental para o organismo
Mais de 70% do corpo humano é constituído de água. O líquido é essencial para diversas funções, como o transporte de nutrientes, regulação da temperatura corporal, lubrificação das articulações e eliminação de resíduos metabólicos, como explica ao Terra o nutricionista, especialista em bioquímica celular, Felipe França.
Substituir água por refrigerante pode acarretar uma série de problemas bioquímicos e fisiológicos no organismo humano.
O refrigerante, ao contrário da água, é rico em substâncias nocivas ao organismo, como açúcares, corantes, conservantes e outros aditivos que, de acordo com o especialista, podem sobrecarregar o sistema metabólico e causar uma série de efeitos adversos.
Probabilidade maior de doenças
O aumento no nível do açúcar dos refrigerantes pode levar a uma série de doenças crônicas, como diabetes tipo 2, esteatose hepática não alcoólica, que é a gordura no fígado, além de problemas cardiovasculares.
O consumo de refrigerantes também pode levar à desidratação do corpo, principalmente os produtos que contêm cafeína, como a Coca-Cola. A substância é diurética e eleva a produção de urina.
“A longo prazo, a falta de hidratação adequada e a ingestão excessiva de refrigerantes pode aumentar o risco de desenvolvimento de cálculos renais, problemas digestivos, distúrbios metabólicos e comprometer a saúde óssea”, diz o nutricionista.
Refrigerantes “zero” ou “diet”
De acordo com Felipe França, os refrigerantes “zero açúcar” ou “diet”, também são prejudiciais ao corpo humano, uma vez que contêm adoçantes artificiais, como o aspartame, sucralose ou acessulfame-K. “Embora esses refrigerantes possam não conter calorias provenientes de açúcares, ainda há preocupações com relação à sua influência na hidratação e na saúde em geral.”
Além disso, tomar remédios com refrigerante pode interferir na eficácia da medicação, como já abordamos nesta reportagem aqui.
“Quando o comprimido ou a cápsula é ingerido com leite, suco, refrigerante ou café pode ocorrer interação medicamentosa, alterando o tempo de absorção, a resposta e a ação do medicamento”, explica Heveline Martinelli, farmacêutica e supervisora da garantia da qualidade da Prati-Donaduzzi.