Um em três casos de Alzheimer pode ser evitado, diz estudo

Reduzir fatores de risco em 10% cada pode evitar quase nove milhões de casos da doença até 2050

14 jul 2014 - 14h21
(atualizado às 14h49)
<p>Uma população mais saudável pode ser a chave para reduzir o risco de Alzheimer</p>
Uma população mais saudável pode ser a chave para reduzir o risco de Alzheimer
Foto: Arquivo / BBC News Brasil

Um em três casos de Alzheimer do mundo todo pode ser evitado segundo um novo estudo da Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha.

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Em um artigo publicado na revista especializada The Lancet Neurology, a equipe de cientistas britânicos relatou que analisou dados baseados em levantamentos de população para descobrir os sete principais fatores de risco para desenvolver a doença. 

E estes fatores são: diabetes, hipertensão na meia-idade, obesidade na meia-idade, sedentarismo, depressão, fumo e baixo nível de instrução. Segundo os cientistas, um terço dos casos de Alzheimer podem estar conectados o a fatores ligados ao estilo de vida dos pacientes, que podem ser modificados, como a falta de exercício e o tabagismo.

 Os pesquisadores então analisaram como a redução destes fatores poderia afetar o número dos casos da doença no futuro. Com esta análise eles descobriram que, ao reduzir cada fator de risco em 10%, quase nove milhões de casos da doença poderiam ser evitados até 2050.

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As atuais estimativas sugerem que mais de 106 milhões de pessoas no mundo todo viverão com Alzheimer em 2050, mais de três vezes o número de pessoas afetadas em 2010.

Idosos mais saudáveis

Uma pesquisa anterior, de 2011, colocou a estimativa de prevenção em um a cada dois casos da doença que poderiam ser evitados, mas o novo estudo britânico levou em conta a justaposição de fatores de risco.

"Apesar de não haver uma única forma de tratar a demência, nós poderemos tomar medidas para reduzir o risco de desenvolvermos demência durante a velhice", disse a professora Carol Brayne, do Instituto de Saúde Pública da Universidade de Cambridge. 

"Sabemos o que muitos destes fatores são e frequentemente eles estão ligados. Simplesmente enfrentar a inatividade física, por exemplo, vai reduzir os níveis de obesidade, hipertensão e diabetes e evitar que algumas pessoas desenvolvam demência", acrescentou.

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Simon Ridley, chefe de pesquisas na organização de caridade britânica voltada para a pesquisa do Alzheimer, a Alzheimer Research UK, afirmou que ainda é preciso descobrir muito sobre a doença. "Enquanto que a idade é o maior fator de risco para a maioria dos casos de Alzheimer, há vários fatores de estilo de vida e saúde em geral que podem aumentar ou diminuir as chances de uma pessoa desenvolver a doença", disse.

 "No entanto, nós ainda não entendemos completamente os mecanismos que relacionam estes fatores com o início do Alzheimer", acrescentou.

"E, como ainda não há uma maneira de evitar o Alzheimer, a pesquisa precisa continuar para conseguir as provas mais decisivas sobre os fatores de saúde e ambientais e ajudar as pessoas a reduzirem o risco."

Entre os sete fatores de risco, a maior proporção de casos de Alzheimer nos Estados Unidos, na Grã-Bretanha e no resto da Europa pode ser atribuída à inatividade física. Segundo o estudo, um terço da população adulta destes países não pratica atividades físicas.

Fonte: Terra
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