A União Africana (UA) pediu nesta sexta-feira que seja coordenada uma ação continental e mundial para deter a proliferação do ebola na África Ocidental, castigada pela maior e mais grave epidemia conhecida desde o surto do vírus em humanos, em 1976.
"A resposta ao surto de ebola exige uma ação continental e mundial coordenada para combater a epidemia, que significa uma ameaça para a saúde e o desenvolvimento mundial", advertiu a presidente da Comissão da UA, Nkosazana Dlamini Zuma.
O surto de ebola, que explodiu em março na Guiné, matou 729 pessoas das mais de 1.300 contaminadas no país e em Serra Leoa e na Libéria.
Embora até o momento estes sejam os três países afetados pela epidemia, há uma semana a Nigéria confirmou a primeira morte por ebola em Lagos, a principal cidade do país e uma das mais povoadas do continente africano.
Existe a possibilidade de o surto se estender a outros países de África Ocidental e se medidas efetivas não forem tomadas e a comunidade internacional não se envolver na luta contra a doença, avisou Dlamini-Zuma.
A UA está tentando mobilizar seus Estados-membros e a comunidade internacional para reforçar as medidas iniciadas pelos países afetados, e fixou como prioridade a reposição do Fundo de Emergência de Saúde Pública da África.
A presidente da Comissão da UA reconheceu que são necessários mais recursos para responder às necessidades dos países afetados, incluindo o envio de centenas de profissionais de saúde para aliviar os centros habilitados para os doentes, que já não dão conta da quantidade de atendimentos.
O fortalecimento dos sistemas de vigilância e a sensibilização e educação da sociedade civil também são necessários para deter a epidemia, disse.
O surto do ebola acelerou a criação do Centro Africano de Controle e Prevenção de Doenças, que permitirá a detecção antecipada, a preparação e a resposta para este tipo de epidemias.
O ebola é transmitido pelo contato direto com o sangue e os fluidos corporais de pessoas ou animais infectados, causa hemorragias graves e tem taxa de mortalidade de 90%.
Esta é a primeira vez que é identificada e confirmada uma epidemia de ebola na África Ocidental, até então elas só tinham acontecido na África Central.