'Vacina oral foi fundamental para eliminação da pólio', diz especialista; Brasil substituiu 'gotinha' por vacina injetável

Segundo Ministério da Saúde, mudança está alinhada com evidências científicas, critérios epidemiológicos e recomendações internacionais

6 nov 2024 - 17h49
Embora a estratégia de vacinação tenha mudado, a figura do Zé Gotinha continuará a ser parte essencial das campanhas de vacinação.
Embora a estratégia de vacinação tenha mudado, a figura do Zé Gotinha continuará a ser parte essencial das campanhas de vacinação.
Foto: Jhonatan Cantarelle/SES-DF

A partir desta semana, a VOPb (vacina oral poliomielite bivalente), popularmente conhecida como gotinha, passou a não ser mais utilizada no Brasil. Uma dose injetável da VIP (vacina inativada poliomielite) substitui a dose de reforço oral. Segundo o Ministério da Saúde, a mudança está alinhada com evidências científicas, critérios epidemiológicos e  recomendações internacionais que apontam maior eficácia desse imunizante.

O esquema vacinal anterior já previa a administração de três doses da VIP, aos 2, 4 e 6 meses de idade, além de duas doses de reforço, aos 15 meses e aos 4 anos, administradas via oral. A partir desta semana, passou a ser utilizada apenas uma das doses de reforço, aplicada aos 15 meses, agora da vacina injetável.

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A substituição está alinhada com uma tendência mundial de uso da VIP, que contém partículas do vírus, no lugar da vacina em gotinha, composta do vírus enfraquecido. 

Segundo Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, a utilização da vacina oral foi fundamental para a eliminação da pólio. “As crianças que recebem a vacina oral eliminam nas fezes o vírus vacinal. Dessa forma, é jogada no ambiente uma quantidade muito grande de vírus vacinal que acaba imunizando grande parte da população, mesmo aqueles que não se vacinaram”, explica.

De acordo com o médico, nas últimas décadas, em algumas raras situações, foram registrados casos de reversão do vírus que fica no ambiente. Nestes casos, o vírus poderia sofrer uma mutação e voltar a ser infectante, atingindo alguém que não foi vacinado. Por isso, foi realizada a substituição, e a dose de reforço passa a ser com a vacina injetável.

Zé Gotinha

Mesmo com o fim da vacina em gotinha, o Ministério da Saúde afirmou que o personagem Zé Gotinha continuará sendo o símbolo das campanhas de vacinação no País.

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Criado em 1986 com o objetivo convidar os pais a levar as crianças para tomar a vacina contra a poliomielite, o personagem sempre chamou atenção dos pequenos e se tornou um símbolo do Plano Nacional de Imunização. “Ele tem um apelo para nossas famílias, é muito presente no imaginário de todos”, afirma Kfouri.

Fonte: Redação Terra
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