Vaginismo: sintomas, diagnóstico e tratamento

O vaginismo é uma disfunção sexual feminina que impede a penetração, atrapalhando o desempenho sexual da mulher

31 mar 2024 - 18h00
(atualizado em 1/4/2024 às 14h27)

Vaginismo é uma disfunção sexual feminina que se caracteriza por contrações involuntárias da musculatura do assoalho pélvico, impedindo a penetração de ocorrer. A condição, portanto, atrapalha o desempenho sexual da mulher.

Vaginismo: sintomas, diagnóstico e tratamento
Vaginismo: sintomas, diagnóstico e tratamento
Foto: Shutterstock / Saúde em Dia

De acordo com a fisioterapeuta pélvica Dra. Cristina Nobile, o vaginismo impede toda e qualquer tipo de penetração vaginal, causando dor, ardência e medo. Geralmente, a mulher descobre o vaginismo quando tenta a primeira relação ou quando precisa passar por exame ginecológico.

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"Essa condição está descrita no DSM-5, Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. Talvez por isso esteja tão associada a problemas psicológicos, quando, na verdade, a parte física é tão mais acometida e é um tanto quanto negligenciada", destaca a especialista.

Sintomas

Segundo a fisioterapeuta pélvica, existem graus de severidade da disfunção. "Mulheres com vaginismo leve permitem a manipulação da vulva, mas não conseguem penetração. No vaginismo moderado, algumas mulheres só de pensar na penetração já sentem medo e ficam extremamente nervosas, tentando evitar serem tocadas para não ter que chegar à possibilidade da penetração ocorrer", explica. 

Já nos casos graves, além de todas essas dificuldades, normalmente essas mulheres não conseguem sequer se tocar, realizar a higiene, ou até mesmo se olhar. "Permitir que alguém toque é quase que impossível", afirma a profissional. 

Diagnóstico

Por ter sinais e sintomas muito claros, a condição tem fácil diagnóstico por profissional especializado. "Normalmente, o diagnóstico é realizado através do toque vaginal. Porém, o comportamento da mulher no momento do exame físico já dá indícios claros da disfunção", diz Cristina. 

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Isso porque a mulher que fica nervosa, chora, tem dificuldade de ficar em posição ginecológica, sente aflição ou não permite o afastamento dos lábios vulvares, já dá sinais suficientes da disfunção. Nesses casos, o toque vaginal na avaliação nem será necessário para dar o diagnóstico. 

Tratamento

Mulheres com essa disfunção, embora acreditem não ter solução, são fortes candidatas ao tratamento, e com eficácia que beira os 98%, estima a especialista. Segundo ela, o tratamento é bastante rápido e consiste na dessensibilização para ser possível a massagem perineal, que acontece dentro do canal vaginal. 

"É a forma de acessar a musculatura pélvica para ser possível desfazer os pontos de tensão, ganhar flexibilidade e dar função a essa musculatura. Outras técnicas da fisioterapia também são utilizadas", diz a profissional.

Ela estima que pacientes com disfunção leve a moderada terão resultados em 2 meses e meio, um tempo bastante curto se pensarmos no tempo em que ela viveu com a disfunção. A profissional reforça ainda que o vaginismo não é uma doença e sim uma disfunção transitória que tem solução.

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Diferente da dispareunia

Vale destacar ainda que o vaginismo é uma condição diferente da dispareunia, que causa dores durante a relação sexual. O vaginismo, por sua vez, impede qualquer tipo de penetração em função da contração dos músculos.

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