Quando Alison Farmer foi diagnosticada com câncer de ovário, aos 40 anos, sua primeira preocupação não foi com sua vida. "Eu nem pensei que poderia morrer. O que mais me preocupava era a possibilidade de não poder mais ter um filho", diz ela.
"Pode parecer estranho, mas era mais importante do que minha vida", afirma.
Quando descobriu a doença, o único sintoma que a britânica apresentava era um pouco de sangramento no meio do ciclo menstrual.
"Meu clínico geral disse que toda mulher tem um pouco. Mas não era normal para mim - e eu acho que é realmente importante que qualquer sintoma ginecológico seja investigado se não é normal para você", conta.
Ela então foi encaminhada para um ginecologista e fez uma histeroscopia e um ultrassom - que encontrou um pequeno tumor em estágio inicial de crescimento.
Alison, que é enfermeira, diz que só foi capaz de pressionar os médicos para que eles pedissem exames porque é "enfermeira e muito segura". Mas ela afirma que todas as mulheres devem insistir em ter sintomas incomuns investigados.
"Se não é normal para você, seja insistente", diz ela.
Dependendo do tipo e do estágio do câncer de ovário, as mulheres podem ser aconselhadas pelos médicos a retirar o útero, o colo do útero, os ovários, as tubas uterinas e o omento (uma película que protege os órgãos abdominais).
Sonho realizado
Mas Alison queria manter o útero pois sonhava em engravidar. Sua sorte foi que sua doença foi diagnosticada em um estágio inicial - o que facilitou o combate ao câncer e permitiu sua total recuperação.
Mesmo assim, ela teve que fazer uma cirurgia e retirar os ovários, as tubas uterinas e o omento.
"Meu cirurgião - que era oncologista ginecológico - foi maravilhoso. Ele disse: 'Eu sei que você ainda tem a esperança de ter um filho. Embora normalmente eu não recomende isso, vou te oferecer essa opção'. Alguns cirurgiões teriam dito: 'Vamos tirar tudo'", conta Alison.
Dois anos depois, com ajuda médica, ela engravidou de sua filha Phoebe, que hoje tem 13 anos.
"Eu fiquei completamente maravilhada", diz Alison.
Annwen Jones, diretora da ONG britânica Target Ovarian Cancer - que visa combater a doença - diz que dois terços das mulheres são diagnosticadas em um estágio avançado, depois que o câncer já se espalhou. Isso dificulta o tratamento.
"Precisamos que mais mulheres estejam cientes dos sintomas do câncer de ovário para que elas sejam diagnosticadas antes. Também precisamos de mais investimento em pesquisa desse tipo específico de câncer", diz ela. A entidade está fazendo campanha para aumentar a pesquisa.
"Isso vai transformar as vidas de milhares de mulheres que lutam conta a doença", diz Jones.
Se tiver esses sintomas, procure um médico
Outros sinais podem incluir:
Esses sintomas precisam ser checados principalmente se:
E qualquer tipo de sangramento após a menopausa deve ser investigado pelo seu ginecologista
Fonte:Target Ovarian Cancer