Lotes de Ozempic alterado foram apreendidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) entre os dias 7 de junho e 18 de outubro deste ano, de acordo com notificações publicadas no Diário Oficial da União. Não se sabe ao certo quando os lotes do remédio (identificados como MP5C960 e o LP6F832) chegaram ao país.
Nesta mesma semana remédios falsificados também foram encontrados na Europa o que levou a autoridade sanitária da Áustria a emitir um alerta à população local, depois que algumas pessoas foram internadas com quadros de hipoglicemia e convulsões.
Segundo a Anvisa, a identificação do lote MP5C960 foi realizado pela própria Novo Nordisk, empresa que possui a patente do medicamento, que serve para tratar a diabetes do tipo 2, mas vem sendo utilizado para perda de peso. A fabricante identificou remédios com concentração alterada da substância e rótulo em espanhol.
O lote mais recente também foi identificado pela Novo Nordisk foi classificado como “falsificado", já que a farmacêutica não reconhece a existência do lote. "A Novo Nordisk segue investigando e denunciando todos os casos de que tem conhecimento (...) Trabalhamos com empresas terceiras especializadas no monitoramento e eliminação da oferta ilegal de produtos falsificados, tanto no mundo virtual quanto no 'mundo real'”, falou em comunicado.
Porém os lotes identificados na Europa não foram encontrados no Brasil. Especialistas relatam que pacientes têm conseguido comprar a semaglutida (princípio do Ozempic) em formatos de manipulação; como apenas a Novo Nordisk tem acesso ao remédio, contudo, não se sabe ao certo a origem das moléculas, se são ou não seguras.
Em entrevista ao Jornal O Globo, Paulo Miranda, presidente da da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), explicou: "Por via oral a semaglutida precisa de uma tecnologia específica para funcionar que é difícil de ser feita, que tem apenas no Rybelsus, da Novo Nordisk. Farmácias de manipulação não conseguem replicar essa tecnologia, então o medicamento não seria eficaz para os pacientes".
Na Áustria, foi identificado que os medicamentos falsificados continham insulina ao invés de semaglutida.