O medo de ficar doente, também conhecido como hipocondria ou transtorno de ansiedade por doença, é caracterizado pelo receio excessivo de adquirir uma doença grave. Este é um distúrbio que causa uma preocupação exacerbada e fora de controle com a própria saúde, o que leva muitas vezes ao uso excessivo de remédios e prejuízos na vida social.
“Além de questões genéticas, o histórico de vida de cada paciente pode levar ao desenvolvimento do transtorno”, explica Filipe Colombini, psicólogo e CEO da Equipe AT.
“Entre os fatores que podem causar o problema, estão traumas, negligências durante a infância e episódios de doença em si mesmo ou na família e também a presença de outros transtornos como ansiedade, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e síndrome do pânico”, completa.
Problema começa na vida adulta
O transtorno tende a começar no início da vida adulta, mas também pode aparecer em pessoas com idades avançadas (após os sessenta anos). Entre seus principais sintomas, estão a presença de uma angústia permanente sobre a saúde e uma crença enganosa de ser portador de uma doença grave.
“Para essas pessoas, qualquer sinal corporal pode ser um gatilho que causa muita preocupação e sofrimento, o que leva a um isolamento cada vez maior”, comenta o especialista.
Em geral, quem é acometido pelo transtorno passa muito tempo pensando no futuro, em um contexto onde se imaginam contraindo doenças, internadas no hospital, recebendo cuidados, entre outros cenários desagradáveis.
O estado de alerta constante prejudica a vida social do indivíduo, afastando-o de atividades de entretenimento e lazer e, muitas vezes, fazendo com que seja uma pessoa de difícil convivência.
“O turbilhão de pensamentos ruins que envolvem o transtorno de ansiedade por doença costuma fazer com que o paciente paralise a própria vida, situação que só tende a se agravar com o tempo caso o problema não seja tratado”, diz Colombini.
Importantes indícios do transtorno
Filipe Colombini alerta que existem alguns sinais clássicos que podem indicar que alguém está sofrendo com o transtorno, como a necessidade de fazer exames com frequência para se certificar que não está doente, automedicação, pesquisas constantes sobre sintomas, doenças e tratamentos, reclamações habituais sobre dores e mal-estar, além do medo de se consultar com médicos e descobrir uma condição grave.
O primeiro passo para o tratamento do transtorno de ansiedade por doença é uma avaliação criteriosa da saúde com médicos e psiquiatras, para a exclusão de outras doenças ou distúrbios.
“Após essa avaliação, um acompanhamento sistemático com o psiquiatra e psicólogo vai ajudar a pessoa a desenvolver formas de compreender e contextualizar seus pensamentos envolvendo doenças e conseguir, então, desenvolver estratégias para lidar com esses comportamentos compulsivos”, diz Filipe.
“O acompanhamento psicoterapêutico nestes casos é essencial, para ajudar o paciente a buscar qualidade de vida e, inclusive, evitar o surgimento de transtornos mais severos”, conclui.
(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.