O vídeo em que uma mulher aparece colocando lentes de contato no olho de sua bebê de apenas nove meses viralizou na internet nos últimos dias. Na gravação, Laura Raphaela, mamãe da pequena Amora, mostra a higienização e inserção da lente de 21 graus da criança.
Ao Terra, o oftalmopediatra Mayo Tavares explica que, no vídeo em questão, a criança faz uso da lente de contato porque precisou remover uma catarata congênita, e em pacientes com menos de um ano de idade, lentes intraoculares não são implantadas.
O médico conta que o motivo de fazer a lente de contato é porque os óculos com 20 dioptrias ficam muito pesados para o rosto de uma criança.
“Como a lente que faz a catarata, que é o cristalino, tem um poder refracional de 20 dioptrias - unidade de medida que calcula o grau dos óculos -, é como se ao retirar o cristalino ela precisasse de um óculos com 20 dioptrias”, detalha o especialista.
Quanto à esquiascopia, exame necessário para avaliar o grau nos olhos dos bebês, a oftalmopediatra Giovanna Marchezine esclarece que o procedimento é comum em crianças até a fase pré-verbal e a lente de contato é indicada em casos pontuais.
“Indicamos nos casos de afacia, que é quando há retirada do cristalino, que é a lente natural do olho, que pode ser causada por trauma ou catarata congênita”, diz a profissional.
A médica também conta que quando apenas um olho é afetado, também é recomendado que se faça o uso das lentes para haja uma melhor adaptação e até desenvolvimento do olho que tem o maior grau.
Ainda há casos, como o do vídeo, em que os dois olhos do bebê podem ser afetados por fatores como retinopatia da prematuridade ou síndrome de Marfan, que gera um grau mais alto de miopia. Nessas situações, a lente também é recomendada pelos especialistas.
A oftalmopediatra destaca que é preciso ter bastante cautela na manipulação das lentes e por isso é necessário o acompanhamento de profissionais no tratamento da criança até que ela possa efetivamente realizar a cirurgia de correção das lentes ou usar óculos de grau.