No confinamento intenso do Big Brother Brasil 24, até mesmo o som do ronco torna-se protagonista das interações entre os participantes. Recentemente, Yasmin Brunet expressou sua frustração com o ronco alto de Davi. Mas como esse som é produzido?
Durante o sono, acontece o relaxamento da musculatura das vias aéreas superiores, o que implica no estreitamento e aumento da resistência à passagem do ar na região da garganta, mais especificamente na altura da base da língua. Desta forma ocorre a vibração do ar e o som do ronco é produzido. É o que explica a especialista em Fisioterapia Respiratória e Fisioterapia do Sono da Resmed, Sofia Furlan.
De acordo com a profissional, o ronco pode ser descrito em termos de frequência (número de vezes) ou volume (dB). Bem como a apneia obstrutiva do sono pode ser classificada de acordo com a sua gravidade, o ronco pode ser classificado em leve (40-50 dB), moderado (50-60 dB) e grave (>60dB).
Fatores que levam ao ronco
A especialista destaca que homens são mais propensos a apresentar roncos que as mulheres por causa da composição corporal com maior acúmulo de gordura na região abdominal e espessura do pescoço, que levam a um maior estreitamento das vias aéreas. Mas outros fatores podem influenciar:
Estágio final da gravidez
Ganho de peso, retenção de líquido (estreitam a passagem de ar nas vias aéreas) e alterações hormonais que aumentam o relaxamento da musculatura das vias aéreas.
Consumo de álcool
Causa maior relaxamento da musculatura das vias aéreas
Medicações
Algumas medicações promovem um maior relaxamento da musculatura das vias aéreas durante o sono
Estreitamento das vias aéreas
Podem ser causadas por alterações craniofaciais como a retrognatia ou micrognatia do queixo; amígdalas ou adenóides aumentadas; base da língua alargada; congestão por alergia ou resfriado; desvio de septo; sobrepeso, além de dormir de barriga para cima, o que favorece a queda da língua para trás pela ação da gravidade.
Como evitar
Dentre as recomendações feitas por Sofia Furlan, o cuidado com o estilo de vida é essencial para quem quer evitar roncos durante o sono. Evitar o consumo de bebidas alcoólicas também está na lista, assim como diferentes posições ao deitar.
- Controle do peso corporal para indivíduos com o IMC dentro da normalidade e perda de peso para indivíduos com sobrepeso.
- Dormir de lado ou de barriga para baixo.
- Melhorias na alimentação, ajuste do horário das refeições e atividade física.
- Evitar obstruções nasais provocadas por ressecamento ou alérgenos, mantendo o nariz hidratado com soro fisiológico, por exemplo.
- Tratar os fatores desencadeantes de alergia que levam à obstrução nasal.
Tratamento
O tratamento do ronco primário requer uma avaliação especializada por um profissional de saúde. Diversas opções são consideradas, incluindo:
Aparelhos intra-orais: Indicados em colaboração com dentistas do sono.
Exercícios miofuncionais: Conduzidos sob a orientação de fonoaudiólogos especializados em sono.
Cirurgias: Recomendadas em casos específicos, após avaliação cuidadosa por um otorrinolaringologista.
Perda de peso: Um fator relevante, especialmente para indivíduos com sobrepeso.
CPAP (equipamento utilizado para o tratamento contra a apneia do sono): Apesar de ser primariamente indicado para a Apneia Obstrutiva do Sono (AOS), pacientes que roncam podem encontrar benefícios nesse tratamento.
Para casos de ronco associado à apneia obstrutiva do sono moderada a grave, as opções incluem:
CPAP: Tratamento padrão para AOS, com a posição de dormir também sendo relevante na terapia.
Para o ronco relacionado à apneia obstrutiva do sono leve, a abordagem depende da avaliação do profissional de saúde especializado em sono:
Aparelhos intra-orais e exercícios miofuncionais: Em cooperação com dentistas do sono e fonoaudiólogos.
Cirurgias: Consideradas em casos específicos, após a avaliação criteriosa de um otorrinolaringologista.
Perda de peso e terapia posicional: Estratégias relevantes, assim como dormir de lado ou de barriga para baixo.
CPAP: Reservado para pacientes sintomáticos com sonolência excessiva diurna associada ou doenças cardiovasculares.