A influenciadora e youtuber brasileira Lilian Melchert revelou que sofreu uma condição rara: ceratite de acanthamoeba, um parasita carnívoro capaz de devorar a córnea do olho. A infecção chegou a deixar a influenciadora sem enxergar após diversas tentativas de tratamento.
"Fui encaminhada para vários oftalmos especialistas, gastei uma fortuna em vários antibióticos e colírios e... nenhuma melhora", lamentou Lilian, em post publicado no Instagram na noite desta quarta-feira (22).
A influenciadora conta que os sintomas tiveram início no último dia 1º, quando ela acordou sentindo que "uma faca tinha sido enfiada no olho esquerdo". "Nunca tinha sentido dor pior na minha vida inteira", desabafou.
A medida inicial foi buscar uma emergência, ainda em Los Angeles, nos Estados Unidos, onde ela estava, e iniciar um tratamento que não apresentou resultado nos dias seguintes. A partir daí, Li menciona a peregrinação em diversos especialistas até o momento que sua visão “simplesmente sumiu”.
O que causa acanthamoeba?
De volta ao Brasil para ficar ao lado da família e ter acesso a "médicos de confiança", a influenciadora, enfim, recebeu o diagnóstico correto. A infecção ocular costuma acometer pessoas que usam lentes nos olhos.
Como esclarecido anteriormente pelo oftalmologista Tiago César Pereira Ferreira ao Terra, o principal fator de risco para infecção é o uso de lentes de maneira inadequada. Isso inclui tomar banho - de mar, cachoeira, rio ou mesmo de chuveiro - portando o acessório. Em seu canal no Youtube, Lilian disse acreditar que seu problema tenha sido a reutilização de um modelo descartável.
“O barato saiu caro. Tentei dar de malandra, o jeitinho de brasileiro, gastar menos e meu olho acordou completamente infeccionado”, detalhou.
Outro hábito que favorece a manifestação do parasita é dormir com as lentes.
"A gente sempre recomenda que as pessoas retirem a lente toda vez que forem dormir, ainda que seja por curtos períodos de tempo, porque isso pode favorecer a contaminação do acessório e, por consequência, a contaminação da córnea por esse protozoário", afirma o especialista em lentes de contato, cirurgia refrativa, ceratocone e catarata, além de professor de Cirurgia Oftalmológica na Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais e filiado às Academias Brasileira, Americana e Europeia de Oftalmologia.
Qual o tratamento para acanthamoeba?
Por se tratar de um protozoário com tempo de vida longo, o oftalmologista explica que é preciso usar "muitos colírios antimicrobianos". Esse tratamento, no entanto, nem sempre impede que a infecção siga progredindo. Nesses casos, o paciente pode precisar de um transplante de córnea, como também foi alertado pela influenciadora.