No verão, o brasileiro costuma aumentar o número de banhos diários, o que pode ser prejudicial para a conta da luz, para o meio ambiente e para a pele.
“Com o calor, as glândulas sudoríparas produzem mais líquido para controlar o aumento da temperatura na superfície da pele. Em um maior conteúdo hídrico, as bactérias encontram um meio perfeito para se reproduzirem. E algumas bactérias produzem um odor muito ruim ao nosso olfato. O suor ainda contém sais que deixam a pele com aquela sensação de pegajosidade. Além disso, as glândulas sebáceas também produzem mais oleosidade levando àquela sensação de pele oleosa e suja. Isso faz com que os banhos sejam mais constantes nessa época. Dependendo do uso e da composição dos sabonetes, isso pode ser ruim para nossa pele”, explica Danilo S. Talarico, médico pós-graduado em Dermatologia Clínico-Cirúrgica e professor nos cursos de Dermatologia, Tricologia, Transplante Capilar (Cirurgia Capilar) e Medicina Estética.
No verão, apesar de a temperatura da água utilizada ser mais baixa, o uso excessivo do sabonete pode remover muitos lipídios essenciais da pele, levando à desidratação.
“Nos sabonetes, as substâncias responsáveis pela remoção da sujeira e oleosidade são chamadas de tensoativos. Alguns tensoativos tem um altíssimo poder desengordurante e removem muito bem a sujeira da pele, porém junto levam a ‘gordura boa’ da pele, responsável pela manutenção da hidratação. Portanto, quanto maior o poder detergente do sabonete, pior será para nossa pele”, diz o médico.
“Culturalmente, o brasileiro usa muito sabonete. Lembrando que não é necessário usar sabonete no corpo inteiro, apenas nas regiões genitais, axilas ou pés. O resto do corpo não precisa ser esfregado agressivamente. É importante destacar que o uso demasiado dos sabonetes retira os microrganismos bons presentes na nossa pele”, acrescenta.
Como ocorre o ressecamento
O médico explica que, quando os sabonetes removem os lipídios da pele, a água que está dentro dela evapora com mais facilidade e, portanto, pode ocorrer ressecamento.
“Pessoas com pele sensível quando entram em contato com tensoativos mais agressivos, respondem de forma negativa. Pacientes com dermatite atópica, por exemplo, que têm uma deficiência na barreira cutânea, têm o quadro clínico piorado quando entram em contato com sabonetes muito agressivos”, explica Danilo Talarico.
Para driblar o problema, o médico recomenda o uso de sabonetes líquidos. Além disso, pessoas com peles sensíveis devem evitar os sabonetes convencionais.
“Uma dica é usar sabonetes líquidos infantis, que possuem uma composição de tensoativos mais suaves. E como sabemos que os lipídios ou as 'gorduras boas' da pele vão ser removidas pelo produto, indico sempre usar um hidratante após o banho”, conta o médico.
Novidades para o rosto
Para respeitar o microbioma da pele durante a higienização, surgem novas categorias de produtos, que inovam tanto em texturas como nas formulações. As fórmulas de limpeza, segundo a farmacêutica Maria Eugênia Ayres, gerente técnica da Biotec Dermocosméticos, estão se tornando cada vez mais específicas e individualizadas. Entre elas, estão:
• Cleansing Oil – muito popular na Ásia, esse óleo de limpeza tem duas características preponderantes: óleo na formulação e preservação da barreira cutânea da pele, retirando a oleosidade excessiva sem danificar a pele.
“Ele remove a maquiagem e muitos também atuam como tônicos e hidratantes. Pode ser usado por qualquer tipo de pele já que a deixa sequinha na medida certa”, diz Maria Eugênia.
• Syndet – sabonete sintético que contém menos de 10% de ativos detergentes e pH entre 5,5 e 7 (o sabonete convencional possui 9 e 10).
“Por isso, o syndet provoca menos irritação e é especialmente indicado para peles sensíveis, que estejam em tratamento dermatológico e/ou que sejam ressecadas. Nem sempre na embalagem levam o nome de Syndet. A dica é observar a quantidade de detergente e o pH”, explica Maria Eugênia.
• Brumas de Limpeza - são formas cosméticas líquidas, normalmente comercializadas em embalagens spray.
“É indicada para todos os tipos de pele e por, serem bem fluídas, são extremamente refrescantes sendo indicadas para regiões e estações mais quentes”, diz.
• Limpador enzimático em pó – limpa profundamente a pele sem ressecar. “Quando utilizamos enzimas em pó na pele, fazemos uma esfoliação enzimática. Enzimas possuem a função de eliminar o acúmulo de proteínas (queratina) na parte mais externa da pele, sem danificar a pele saudável que está embaixo”, conta.
Quanto aos ativos, a especialista explica que esses produtos podem contar com CleanSoap DH, uma base dermocosmética aniônica concentrada para manipulação de sabonetes líquidos e mousses de limpeza.
“Ela promove higienização sem agredir a pele, já que possui formulação suave, hipoalergênica e ph balanceado”, explica.
Agentes hidratantes como Amisol Trio e Bioex Cerais podem ser usados nas formulações. “O primeiro é um complexo de fosfolipídeos, glicolipídeos, vitamina F e esterois de soja, que reforçam a função de barreira da pele repondo as frações lipídicas de nossa pele. Já Bioex Cereais é uma solução hidroglicólica de peptídeos de proteínas de cereais, associado com Extrato de Aveia. Ele possui efeito restaurador e protetor, conferindo maciez, brilho e textura agradável à pele. Dessa forma, também ajuda a evitar e a tratar dermatites”, finaliza a especialista.
(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.