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Transplante de órgãos: entenda os riscos do procedimento

Apesar de ser considerado um procedimento altamente seguro, algumas doenças podem ser transmitidas por meio do transplante de órgãos

16 out 2024 - 12h50

A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) investiga a infecção de pacientes com HIV após receberem órgãos transplantados no Rio de Janeiro. De acordo com a secretaria, seis pessoas testaram positivo para a doença depois de passarem pelo procedimento. 

O risco de transmissão de HIV por meio do transplante de órgãos é mínimo
O risco de transmissão de HIV por meio do transplante de órgãos é mínimo
Foto: Shutterstock / Alto Astral

O caso veio à tona na última sexta-feira (11), mas a descoberta da contaminação ocorreu no mês passado, quando um dos pacientes apresentou sintomas neurológicos. A partir da análise dos órgãos de um mesmo doador, outros casos de infecção foram confirmados.

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A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) esteve no laboratório responsável pelos exames dos pacientes e descobriu que a unidade não tinha kits para realização dos exames de sangue. Ela também não apresentou notas fiscais da compra dos itens, levantando suspeitas de que os resultados possam ter sido falsificados. 

Segundo a médica nefrologista Luciana Pereira, coordenadora clínica do setor de Transplante Renal da Santa Casa de São José dos Campos, em São Paulo, o risco de transmissão de HIV por meio do transplante de órgãos é mínimo. No entanto, é possível contrair doenças infecciosas ou mesmo alguns tipos de câncer por meio do transplante de órgãos.

Por isso, todo doador de órgãos, independente de vivo ou falecido, deve passar por exames antes de realizar a doação. "Estes doadores devem ser avaliados com histórico clínico, exame físico e exames laboratoriais antes da doação, a fim de identificar situações de risco como infecções e neoplasias e assegurar o receptor contra o risco de transmissão", ressalta Luciana. 

Pessoas com HIV podem doar órgãos?

Embora não exista restrição absoluta à doação de órgãos, o ato pressupõe alguns critérios mínimos como conhecimento da causa da morte e ausência de doenças infecciosas ativas, dentre outros. Dessa forma, pacientes portadores do vírus HIV assim como HTLV não devem ser doadores. Isso também vale para pessoas com tuberculose, neoplasias (exceto algumas neoplasias do sistema nervoso central, útero e pele) e infecções bacterianas virais ou fúngicas graves.

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"O transplante de órgãos é uma cirurgia segura. É claro que o transplante de órgãos tem seus riscos, como qualquer outro procedimento cirúrgico. Mas é fundamental que as normas determinadas pelo Ministério da Saúde sejam asseguradas, para que este momento tão especial na vida desses receptores não se transforme em um verdadeiro pesadelo", finaliza Luciana.

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