Em uma ilha onde, dizem, tem mais duendes que humanos e as estradas são desviadas para não incomodar os elfos, nada mais normal que o turismo também flerte com a surrealidade.
Na segunda maior ilha da Europa tem banhos em campos centenários de lava, tratamento de SPA em banheiras com cerveja e até descida no interior da cratera de um vulcão, a bordo de um guindaste. Aliás, basta uma volta sem roteiro pela capital islandesa, Reykjavík, para ver que por ali tudo é diferente do que você já viu em terras estrangeiras.
Seja qual for seu roteiro, por cidades mais cosmopolitas ou em destinos isolados, só não atire uma pedra, pois nunca se sabe se há um huldufólk por perto, como é chamado o 'povo oculto' nos folclores da Islândia. Em 2013, inclusive, a construção de uma rodovia no subúrbio de Reykjavík foi interrompida por passar por uma suposta aérea de moradia de elfos.
De origem vulcânica, a ilha fez da sua geografia a melhor atração.
5 experiências surreais na Islândia
Blue Lagoon
É o atrativo mais popular e, consequentemente, o mais muvucado de toda a Islândia.
A menos de uma hora de Reykjavik, na Península Reykjanes, esse spa de águas quentes funciona em lagoas de tons azulado e é considerado uma das '25 Maravilhas do Mundo' pela National Geographic, cujas águas chegam à superfície por meio de reservatórios vulcânicos de escoamento geotérmico.
Em outras palavras, isso significa estar em águas a 38 graus de temperatura, em meio a fumarolas que decoram a paisagem externa, devido ao choque com o ar frio.
Em um campo de lava de aspecto surreal, essa lagoa artificial tem 8.700 m² e conta com uma estrutura que impressiona, como hotel, restaurante e spa, onde são servidas bebidas.
Baleias do Ártico
Considerada a capital do norte da Islândia, Akureyri é conhecida também pelos passeios para observação de baleias jubarte, entre abril e outubro.
Anualmente, esses gigantes migram do Golfo do México, a sete mil km dali, para se alimentarem no Atlântico Norte, cuja experiência turística você também conhece no vídeo mais abaixo.
Spa de cerveja
Poderia ser mais um daqueles tratamentos energizantes em um spa qualquer. Mas as banheiras de madeira são enchidas com lúpulo, fermento, água quente e… cerveja.
Esse curioso spa de cerveja em Árskógssandur, vila a 30 quilômetros de Akureyri, tem tratamento em banheiras regadas com a bebida, ao lado de uma torneira para consumo livre de cerveja tcheca.
Só não pode ultrapassar os 25 minutos disponibilizados por pessoa, em uma das sete opções de banheiras que podem ser usadas por até duas pessoas, cada uma. Depois de quase meia hora imerso em cerveja jovem, o visitante é convidado a se retirar da sala para outra sessão de relaxamento em espreguiçadeiras, no piso superior.
Dentro da cratera de um vulcão
Próximo da capital Reykjavík, o Þríhnúkar ('Três Picos', em português) é um vulcão adormecido, há cerca de 4.500 anos, quando entrou em erupção pela última vez. Sua cratera tem 212 metros de profundidade (altura suficiente para caber mais de duas estátuas da Liberdade dentro).
É imenso, mas não é impossível.
Aliás, a experiência é considerada a única no mundo em que você pode entrar, com segurança, dentro de um vulcão adormecido. Para isso, uma empresa local oferece passeios até o interior de uma cratera, a partir de uma fenda em forma de funil, com cerca de 4×4 m de largura.
A descida dos próximos 120 metros, profundidade a que o visitante tem acesso, é feita num daqueles guindastes usados por limpadores de janelas de edifícios, que aqui funciona como uma espécie de elevador vulcânico, içado por cabos e com capacidade para até oito pessoas.
Entre dois continentes
Formada há cerca de 25 milhões de anos, a Islândia é um dos picos de uma cordilheira submarina entre o Ártico e o Atlântico, cujos movimentos deram origem a fendas que dividem o país.
A mais famosa delas é a Silfra, uma abertura natural entre as placas tectônicas que marca o encontro da Europa com a América do Norte.
Suas águas vêm do glaciar Langjökull, segunda maior calota de gelo da Islândia, seguem seu curso a 4 °C e sua visibilidade pode chegar a 100 metros de alcance. E mesmo assim tem gente que encara, com snorkel ou cilindro, aquele congelante mundo cristalino, onde trechos mais estreitos permitem tocar ambos pontos das placas tectônicas.