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Brasileiras que viajaram (e fizeram história), em 2024

Entre elas, a 1ª brasileira a conduzir um navio da Marinha na Antártica. [...]

30 dez 2024 - 10h55

2024 foi o ano delas no Viagem em Pauta: as brasileiras.

Relembre as viajantes que passaram pelo site, como a artista visual de São Paulo que entrou para o seletivo Clube dos Exploradores, em Nova York, e a campinense que ganhou um documentário sobre sua chegada ao topo do mundo.

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Outra história que encheu a gente de orgulho (e ficou entre as matérias mais lidas no site, em 2024), foi a primeira brasileira a conduzir um navio da Marinha nas águas distantes e geladas da Antártica.

* os textos podem ser lidos na íntegra no site www.viagemempauta.com.br

Kha Ruxury / Pexels.com
Kha Ruxury / Pexels.com
Foto: Viagem em Pauta

Mulheres viajantes

Clube dos Exploradores

Em novembro, Susanne Schirato foi eleita uma das mais novas integrantes da lista de membros internacionais do cobiçado Clube dos Exploradores (EC), com sede em Nova York (EUA).

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Para ela, a conquista foi dupla: ser mulher e uma dos três únicos latino-americanos, em uma lista com mais de 50 novos nomes de nacionalidades, tradicionalmente, associadas ao mundo das explorações, como a Grã-Bretanha, Noruega e Estados Unidos.

"Ser mulher [num ambiente, extremamente, masculino] é persistir sempre. Esse título é importante para todas as outras e comprova que, sim, nós podemos", descreve Schirato, em entrevista exclusiva para o Viagem em Pauta.

Essa artista visual paulistana entrou para a lista de cerca de 3.500 membros internacionais, em mais de 60 países e das mais diversas áreas da ciência, como montanhismo de conservação, exploração polar e espeleologia, entre outras.

Com um extenso currículo de mergulhos técnicos em expedições subaquáticas na Antártica e no Ártico, e em outras tantas cavernas no México, Caribe, Indonésia e Europa, a brasileira recém-eleita se inspira no que vê lá embaixo para criar obras como pinturas a óleo, aquarelas, esculturas em cerâmica e bordados de grandes dimensões.

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Susanne Schirato, brasileira no Clube dos Exploradores (Arquivo Pessoal)
Foto: Viagem em Pauta

Brasil penta

Aliás, em 2024, o Brasil foi penta no quesito aventura.

Neste ano, o Clube de Exploradores ('The Explorers Club', em inglês) elegeu 50 pessoas que contribuíram para a promoção da ciência e da exploração, mas que ainda precisam ser reconhecidas pelo resto do planeta.

Uma delas foi a geóloga Fernanda Avelar Santos, que detectou poluentes em áreas marinhas, especificamente, rochas de plástico, na remota Ilha da Trindade, em 2019.

"É realmente fantástico. Estou muito feliz, especialmente por ser a única mulher brasileira cientista na lista. É um grande reconhecimento para mim e para as agências de fomento que sempre me apoiaram", descreveu a geóloga, em depoimento para o Viagem em Pauta.

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EC50, como a nomeação é conhecida, listou cinco brasileiros que, mais do que viajantes exploradores, têm mudado o mundo, em áreas como geologia, disseminação de sementes, design naturalista, sustentabilidade e ictiologia.

Fernanda Avelar Santos
Foto: Divulgação / Viagem em Pauta

Karina Oliani

Além dessas duas brasileiras, outra exploradora do EC que também esteve no site é essa médica e apresentadora, considerada a primeira brasileira a escalar o K2 e a primeira sul-americana a subir as duas faces do Everest.

Karina já fez também tirolesa sobre um lago de lava do vulcão Erta Ale, na Etiópia, participou da primeira equipe do mundo a escalar a cachoeira mais alta do Brasil, a El Dorado, com mais de 350 metros de altura, e nadou com tubarões-brancos, na África do Sul, e com crocodilos, no México.

Mas em 2024 uma das suas maiores aventuras extremas da sua vida foi lançar no cinema o documentário Kora Mundo Afora, em que ela e o marido Max Kausch, também montanhista, relatam suas viagens com a filha Kora, de pouco mais de dois anos.

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Desde que recebeu a notícia de que seria mãe, Oliani estava consciente de que "ia ser uma baita aventura, provavelmente, a maior de todas". "Quando ela crescer, eu quero que essa menina possa se orgulhar da mulher que a mãe dela foi, e não só da mãe que a mãe dela foi", descreve.

Divulgação
Foto: Viagem em Pauta

Cleo Campe

Essa jovem de 27 anos era uma das embarcadas na Ocean Science Expedition, liderada pelo cineasta alemão naturalizado brasileiro, Sylvestre Campe, que cruzou a temida Passagem do Noroeste, no segundo semestre de 2024.

"Inicialmente, o gelo era branco, mas ao descer, o branco foi se transformando em azul claro e, depois, em um azul escuro e dramático", descreveu Cleo, em depoimento para o Viagem em Pauta, fascinada com aquele mundo submerso de pequenas cavernas e distintas texturas.

A travessia, porém, foi marcada não só por aventuras, mas também por pesquisas científicas.

A expedição contou com cinco projetos, como a medição de parâmetros oceanográficos, em parceria com a Ocean Race; e análise da presença de microplásticos com uma máquina acionada duas vezes ao dia, cujos dados captados são enviados para que os parceiros da expedição possam analisar o material.

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"É um relato visual completo do que é a Passagem, com imagens que vão servir como base de pesquisa para muitos cientistas", definiu, na época, o líder Sylvestre Campe.

Cléo Campe
Foto: Arquivo Pessoal / Viagem em Pauta

Caminho sem volta

Em meados de março deste ano, a Marinha do Brasil qualificou Sabrina Fernandes como a primeira mulher da instituição a conduzir um navio das Forças Armadas na Antártica.

E só quem já encarou a fúria de uma travessia do Estreito de Drake, um dos mares mais invocados do mundo, sabe o que isso significa para elas.

Além de atuar nas áreas de finanças, abastecimento e alimentação de toda a tripulação, ela participou de atividades operativas como a manobra do navio, na função de Oficial de Quarto, navegou por dias em condições adversas, em águas distantes e imprevisíveis, em meio a icebergs e "restritos canais austrais", em benefício de atividades científicas, em áreas como biologia, oceanografia e meteorologia.

"Vivemos em uma sociedade que caminha em direção à igualdade de gêneros. Ainda temos muito a avançar. [Esse] reconhecimento não é pequeno, é um número expressivo para o momento atual. E é um caminho sem volta", analisa a capitão-tenente encarregada da Divisão de Intendência do Navio de Apoio Oceanográfico Ary Rongel, em entrevista para o Viagem em Pauta.

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Foto: Marinha do Brasil / Viagem em Pauta

Aretha no Everest

A campinense Aretha Duarte foi outra mulher que deu orgulho, em 2024.

A protagonista do documentário Aretha no Everest, dirigido por Tatiana Lohmann e Roberta Estrela D'Alva, foi a primeira mulher negra e latina a alcançar o cume da montanha mais alta do planeta, em 2021, endereço de homens brancos dispostos a pagar cerca de R$ 400 mil pela experiência.

Aretha no Everest foi um dos destaques da edição 2024 do Rocky Spirit, considerado o maior festival de filmes outdoor do Brasil, realizado no Parque Villa-Lobos, em São Paulo.

Cena do documentário “Aretha no Everest”
Foto: Divulgação / Viagem em Pauta

Mais brasileiras

Viagem que transforma

Em 2024, Sarah Oliveira realizou um sonho. Um, não, três: pessoal, profissional e musical.

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Em julho, pela primeira vez, essa apresentadora especializada em música desembarcou no Festival de Jazz de Montreux, na Suíça, quando esse país minúsculo se agiganta nesse que é um dos maiores festivais musicais do planeta.

Em 2024, a 58ª edição do evento foi do soul funkeado de Lenny Kravitz ao trip hop viajandão da banda Massive Attack; do eletrônico fofo do Air ao hard rock de Alice Cooper.

"Eu estava muito feliz, parecia uma criança. Que delícia que foi estar ali, viver aquela história", descreveu a apresentadora para o Viagem em Pauta.

Sarah Oliveira, uma das brasileiras viajantes no site
Foto: Arquivo Pessoal / Viagem em Pauta

Sobre duas rodas

No final de agosto desse ano, a empresária Renata Tardin comemorou seu aniversário de 60 anos pedalando 1.130 km na Estrada Real, a maior rota turística do Brasil, cujos mais de 1.600 km passam por Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.

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A viagem se chamou "60 anos de bike na estrada - Do sagrado ao profano" porque a regra era começar o pedal sempre às 8:00, em frente da igreja matriz da cidade, e parar no primeiro boteco que encontrasse na cidade do pernoite.

"À tarde, é só bater papo e ver cachoeiras", declarou Tardin, em entrevista para o Viagem em Pauta.

Outro desafio foi encarar as inevitáveis ladeiras da Estrada Real que, no seu roteiro, teve 20 mil metros de altimetria acumulada, com variações para mais ou para menos, de acordo com o dia.

Renata Tardin na Toscana, em 2012
Foto: Arquivo Pessoal / Viagem em Pauta
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