Como é a trilha onde homem despencou a 70 metros de altura, em São Paulo

A cidade fica a quase 200 km da capital paulista [...]

29 jul 2024 - 08h32
(atualizado às 08h40)

Na última sexta-feira, 26 de julho, um homem morreu após cair de uma altura de cerca de 70 metros, enquanto fazia uma trilha em São Bento do Sapucaí, a quase 200 quilômetros da capital paulista.

Devido ao difícil acesso, o corpo só foi retirado na área da Pedra do Baú, no sábado, 27. Até então, o corpo não havia sido identificado nem seu grau de conhecimento com relação ao local da escalada.

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São Bento do Sapucaí é considerada a meca da escalada paulista, onde as trilhas mais conhecidas ficam no Monumento Natural Estadual da Pedra do Baú (MONA), um conjunto de rochas com pelo menos 30 vias de escalada, como a Pedra do Baú e as vizinhas Bauzinho e Ana Chata.

VEJA VÍDEO

Como é a trilha da Pedra do Baú

Esse atrativo na Serra da Mantiqueira, entre Gonçalves (MG) e Campos do Jordão (SP), é famoso pelo MONA Pedra do Baú, endereço de escaladas para quem não tem nenhuma experiência com a atividade, feita inclusive por crianças.

A caminhada de cinco a sete horas é conhecida pela Via Ferrata, uma escadaria de mais de 300 degraus com grampos de ferro chumbados na rocha, totalizando cerca de 3,5 quilômetros de extensão, incluindo uma caminhada de 1,8 quilômetros em meio à mata que segue até a base da Pedra do Baú.

Ao longo da subida é possível ver formações rochosas vizinhas de diferentes perspectivas, como a Ana Chata e a Bauzinho, a versão em miniatura do Baú e com acesso facilitado por uma caminhada leve de 30 minutos.

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Foto: Eduardo Vessoni / Viagem em Pauta

"A Via Ferrata está logo ali. Então aqui a gente vai dar mais uma hidratada, recuperar o fôlego, colocar todos os equipamentos, preparar a corda e começar a subida", avisa o guia de montanha Antonio Calvo Neto, antes de dar início à subida pela escadaria.

Os visitantes sobem clipados durante todo o tempo e o grupo é conectado por uma mesma corda, exceto no cruzamento de algumas plataformas naturais mais largas que permitem a travessia com segurança.

Embora seja uma trilha autoguiada, a Fundação Florestal, que faz a gestão compartilhada do atrativo com a prefeitura local, exige o uso de equipamentos de segurança, como cadeirinha, capacete e corda.

Por isso, quem não tem experiência com a atividade e aquela parafernália toda, é extremamente recomendada a contratação de um guia de montanha que conheça não só a trilha, mas também as técnicas de escalada.

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É necessário também fazer agendamento prévio no site, cujos trâmites podem ser feitos pela agência contratada.

Refúgio de montanha

A Pedra do Baú, conhecida também como Bauzão, foi escalada pela primeira vez em 1940 pelos irmãos Antônio e João Cortez, usando apoios como fissuras nas rochas e troncos de árvores.

Nessa espécie de sentinela da Mantiqueira, que pode ser observada de diversos pontos da região, foi erguido também um dos primeiros refúgios de montanha do Brasil, cujo chão original ainda pode ser visto, parcialmente, no cume da Pedra do Baú.

Foto: autor desconhecido / Viagem em Pauta

Para concluir a façanha, financiada por moradores locais e pelo empresário Luiz Dummont Villares, conhecido pela construção de elevadores, o refúgio contou com materiais transportados nos ombros e por andaimes.

A pequena construção era equipada com uma estrutura impensável para aquelas alturas de difícil acesso, como para-raios, caixa d'água que fazia a coleta da chuva e até um sino usado por quem conseguia completar a subida.

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