Um dos filmes mais marcantes de 2010, Cartas Para Julieta conta a história da jornalista Sophie, que vai para a Itália junto com o noivo e, por lá, conhece as Secretárias de Julieta, um grupo de mulheres que se divide para responder às centenas de cartas escritas para a heroína do conto mais trágico de todos os tempos.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
Da Casa de Julieta, em Verona, elas respondem os pensamentos, histórias e pedidos de conselhos amorosos em nome de Julieta. No filme, a trama se desenrola a partir daí, mas não é algo exclusivo da ficção. As secretárias e a Casa de Julieta realmente existem na vida real, como comprovou a brasileira de Deborah Almeida, 27 anos.
Em sua viagem para a Itália no início do ano, a jovem, que é uma grande fã do romance e do filme, resolveu arriscar e escrever uma das famosas cartas para as secretárias, sem ter qualquer intenção de resposta. Cerca de 10 meses depois do envio, a surpresa chegou: a carta! Assinada e endereçada, igualzinho no longa.
Ao Terra, ela conta que ficou chocada quando recebeu a informação da mãe que tinha recebido um retorno da carta. “Eu comprei a passagem para ir para a Itália, [mas] para ir no Vaticano. E aí, já que estaria por lá, eu também tinha muita vontade de conhecer Verona. Por conta de Romeu e Julieta e do filme, que já assisti trilhões de vezes. Então, pesquisei se era real e era real”, diz.
“Comprei o ingresso para poder ir no museu, que é a Casa de Julieta. Pesquisei [sobre as secretárias], mas eu só estava achando postagens antigas em blogs, não estava achando nada recente. Eu falei: ‘Ah, vou escrever a carta e coloco lá’. Porém, eu não conseguia ter a certeza se iria chegar ou não”, detalhou Deborah.
Deborah conta que escreveu a carta ainda no trem, que ia de Veneza para Verona. Quando chegou no museu, colocou em uma caixa de correio, própria para as secretárias. “Eu meio que segui a minha intuição do que deveria fazer. Escrevi a carta em inglês e coloquei que podiam me responder em inglês ou em português e coloquei meu endereço, mas não achei mesmo que ia chegar, sabe? (risos)”, relata.
“Eu escrevi, assim como no filme, o que me der na telha. Tem gente que pede conselho, eu fiz mais um desabafo, e a resposta que recebi foi super fofinha”, diz. “Fiquei muito, muito muito empolgada com a carta porque foi total uma quebra de expectativa. [...] Uma parte minha achou que ia ser uma resposta genérica ou uma carta imprensa, como ‘obrigado por falar com a Julieta’, ‘acredite no amor’. E foi uma coisa tão pessoal”.
A carta veio em um envelope próprio, com selos, um carimbo do Club di Giulietta, o nome oficial das Secretárias, e escrita em português. Todo o processo foi compartilhado nas redes sociais e, para a surpresa de Deborah, viralizou.
O vídeo está com mais de 365 mil visualizações e quase 50 mil curtidas. “Eu levei um susto. Porque, assim, eu posto uma coisa ou outra no TikTok, e quem vê são meus amigos. E aí, eu abri o aplicativo normal e travou. [...] Fui ver a quantidade de views, de DM, de likes, e as pessoas salvando… Foi do nada”, fala.
A repercussão foi tanta que, em meio aos views, a secretária que respondeu a carta de Deborah conseguiu encontrá-la. “Ela reconheceu pela letra dela e ela me mandou mensagem”, revela.
Cartas para Julieta
A tradição de responder às cartas começou nos anos 1930, época em que a primeira foi enviada. Segundo o site oficial do clube, o fenômeno fez de Verona a capital do amor. Chegam milhares de cartas de todo o mundo, que são respondidas por uma equipe de voluntários. Os interessados podem enviar por correspondência, pessoalmente como fez Deborah e até por e-mail.
Na casa, além da estátua de Julieta, cujo a lenda diz que quem pegar nos seios dela irá se casar, também tem a famosa sacada, onde Romeu se declara para Julieta.