Os guardas do Parlamento da Tunísia, localizado ao lado do Museu do Bardo, que foi alvo de um ataque mortífero na quarta-feira, estavam em um café quando o ataque ocorreu, afirmou nesta sexta-feira o vice-presidente da Assembleia, Abdelfattah Mourou.
O museu, o mais prestigiado do país, está situado no mesmo recinto que o Parlamento, que a princípio deveria contar com uma forte proteção.
Neste dia era realizada na câmara uma sessão sobre a reforma da lei antiterrorista.
Na quarta-feira, quando o ataque ocorreu, "não havia polícia ao redor do Parlamento nem do museu", afirmou à AFP Mourou, que também é co-fundador do partido islamita Ennahda.
"Sou o primeiro vice-presidente, e soube (na quarta-feira) que só havia quatro policiais para garantir a segurança do Parlamento e que dois deles estavam no café. O terceiro estava lanchando e o quarto não se apresentou", exclamou.
"Havíamos começado a dialogar com os responsáveis da polícia e do exército há 48 horas (na terça-feira), ou seja, antes deste ato. Estavam nos dizendo que não tinham nenhuma equipe", acrescentou.
Não foi possível contactar o ministério do Interior para que respondesse a estas declarações.
O atentado de quarta-feira, reivindicado pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI), custou a vida de 21 pessoas: 20 turistas e um policial tunisiano.
O chefe do governo Habib Essid reconheceu "falhas em todo o sistema de segurança", mas o chefe de Estado, Beji Caid Essebsi, elogiou "a prontidão com a qual as forças de ordem (se dirigiram) ao local evitando uma catástrofe".