Machu Picchu ainda está longe dos números pré-pandemia

O número é quase 40% menos do que em 2019 [...]

26 jun 2024 - 10h15
(atualizado às 20h51)

Não vão faltar argumentos para você se convencer de que a antiga cidade dos incas é uma experiência única na América do Sul.

Patrimônio Mundial pela UNESCO e uma das sete novas maravilhas do mundo moderno, como o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, e Chichén Itzá, no México, o Santuário Histórico de Machu Picchu (200 soles peruanos / R$ 282, aproximadamente) é um dos endereços turísticos mais procurados do continente.

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Sobra história, mas ainda faltam visitantes.

Machu Picchu
Machu Picchu
Foto: Eduardo Vessoni / Viagem em Pauta

De acordo com o Ministério do Comércio Exterior e Turismo do Peru, entre janeiro e dezembro de 2023, Machu Picchu recebeu 955.741 visitantes (69,3% eram estrangeiros), número 8% menor que o registrado no mesmo período do ano anterior.

Mas, quando comparados a 2019, os números são ainda mais baixos.

Segundo o relatório divulgado pelo Mincetur, o ano de 2023 teve 39,7% menos visitantes em Machu Picchu do que naquele ano pré-pandemia, o que pode ser confirmado também pelo número de chegadas de passageiros no Aeropuerto Internacional Velasco Astete, em Cusco.

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Dados da CORPAC (Corporación Peruana de Aeropuertos y Aviación) mostram uma queda de 22,6%, em 2023, em comparação com 2019, quando quase 2 milhões de passageiros chegaram nesse que é a principal porta de entrada para a região.

As principais companhias aéreas que transportaram passageiros para o aeroporto de Cusco foram Latam (65,8%), Sky Airline Perú (18%) e Jetsmart (14,6%).

Procurado pelo Viagem em Pauta para comentar os números de turistas em geral, independente da nacionalidade, a Promperú recomendou que a reportagem contatasse o call center da Dirección Desconcentrada de Cultura de Cusco. Ao comentar que somos um site de notícias de viagens e que, por tanto, gostaríamos de falar com um porta-voz do setor de turismo do país, o órgão não retornou nosso contato.

Já o escritório oficial de promoção do turismo peruano, no Brasil, informou que as expectativas para a chegada de turistas em Machu Picchu, em 2024, é "de que essa retomada seja contínua", porém, sem dar mais detalhes nem comentar, especificamente, os números relacionados a Machu Picchu, conforme solicitado pela reportagem.

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Ainda de acordo com a Promperú em São Paulo, via assessoria de imprensa, o Brasil é o quarto maior mercado emissor de turistas da América Latina para o Peru, onde chegaram 130.759 brasileiros, em 2023.

"Nos primeiros cinco meses de 2024, 69.115 turistas brasileiros chegaram ao Peru, superando assim as chegadas pré-pandemia de 2019, que foram de 66.837 no mesmo período", diz a nota da Promperú.

Para o órgão, o turismo no Peru, assim como no resto do mundo, ainda "está se recuperando dos efeitos da pandemia, visto que a conectividade aérea também está em processo de recuperação".

Eduardo Vessoni
Foto: Viagem em Pauta

Muito além de Machu Picchu

Em 2023, porém, não foi apenas o Santuario Histórico de Machu Picchu que viu o número de visitantes cair.

O Parque Arqueológico de Ollantaytambo, um dos atrativos do Vale Sagrado dos Incas, teve uma queda de 21,9%, em comparação com 2022, e mais de 40%, se comparado com 2019.

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O mesmo aconteceu com outro destino que costuma ser visitado por quem vai a Cusco.

Em 2023, o complexo arqueológico de Pisaq registrou quase 410 mil visitantes, o que significa 28,5% menos visitantes do que em 2022, quando 573.160 estiveram no local.

Mercado de Pisac
Foto: Eduardo Vessoni / Viagem em Pauta

Vale lembrar que não só a pandemia contribuiu para a forte queda no número de visitantes, em Machu Picchu.

Passado o período mais grave da crise sanitária, entre 2020 e 2021, as temporadas seguintes seriam afetadas ainda pelos protestos que pediam a renúncia da presidente Dina Boluarte, no final de 2022. Na época, o Ministério do Turismo avaliou em US$ 6,5 milhões diários as perdas com a forte queda na ocupação hoteleira, de cerca de 83%.

Já no começo deste ano, Machu Picchu sofreu outra onda de protestos, dessa vez, por conta de uma greve impulsionada pela insatisfação de trabalhadores, após a empresa privada Joinnus assumir a venda de entradas para o sítio arqueológico.

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