Desde a crise sanitária que paralisou o planeta, em 2020, acordos do tipo codeshare têm sido cada vez mais comuns no setor da aviação.
Com o objetivo de ampliar a malha aérea, sem precisar operar voos até o destino final, empresas têm investido em acordos com outras companhias aéreas. O mais recente deles é a cooperação comercial, anunciada, nesta sexta-feira (24/5), pelas companhias aéreas Azul e GOL.
Na prática, a parceria, que deve ter início no final de junho, funcionará apenas nas rotas domésticas nas quais apenas uma das empresas opera, seguindo as regras de check-in, despacho de malas e remarcação da companhia aérea do voo inicial.
Assim como explica Fernando Canutto, sócio do Godke Advogados e especialista em Direito Societário, "o codeshare é útil porque permite que as companhias aéreas ofereçam mais opções de voos para seus passageiros, além de otimizar os lugares em uma aeronave".
A prática é como uma parceria entre duas companhias aéreas, em que compartilham um voo. Porém, no caso das duas empresas em questão, a parceria inclui as rotas domésticas exclusivas, ou seja, operadas por uma das duas empresas.
Em outras palavras, o passageiro pode comprar um bilhete da Azul, mas voar em um avião da GOL.
"O acordo entre Azul e GOL pode ser visto como um passo estratégico que precede uma eventual fusão entre as duas empresas. Este tipo de cooperação estreita pode servir como um teste para avaliar a compatibilidade operacional e comercial das companhias", destaca Canutto, em nota enviada ao Viagem em Pauta.
Vale lembrar que, no final de fevereiro deste ano, a GOL entrou com Recuperação Judicial nos EUA, em um processo conhecido como Chapter 11. O pedido foi aceito pela justiça americana, dias depois e a GOL recebeu aprovação para um empréstimo de US$ 1 bilhão, aproximadamente.
Um caso nacional recente é a parceria firmada entre LATAM e Azul, em 2020, que passou a ofertar 50 novas possibilidades de rotas domésticas. Outro exemplo é a parceria firmada entre a GOL e outras 14 empresas internacionais, como Aerolineas Argentinas, Aeromexico e TAP Air Portugal.