De acordo com estudo do Ministério do Turismo, mais da metade (53,5%) dos turistas com deficiência deixaram de viajar para destinos no Brasil devido à falta de acessibilidade.
Com 17 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, já passou da hora do setor turístico nacional repensar suas práticas, impulsionando iniciativas que promovam inclusão e garantam experiências seguras para todos.
"A acessibilidade é um pilar essencial para o desenvolvimento sustentável do turismo. Ela conecta pessoas, promove igualdade e reforça o compromisso do setor com uma sociedade mais justa e inclusiva", destaca Luiz Del Vigna, diretor executivo da Abeta (Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura),
Confira iniciativas turísticas inclusivas no Brasil.
Rede dos Sonhos Hotéis Fazenda
Socorro (SP) e Bueno Brandão (MG)
É considerada pioneira no turismo acessível no Brasil.
Suas propriedades contam com rampas de acesso, banheiros adaptados e equipamentos exclusivos, como cadeiras para atividades de aventura, incluindo tirolesa, rafting e boia-cross. Já as trilhas e áreas comuns foram projetadas para atender pessoas com mobilidade reduzida.
"A acessibilidade é um processo contínuo. Estamos sempre ouvindo nossos hóspedes e parceiros para aprimorar nossas práticas", ressalta Raphael Schiavoni, gerente de marketing da Rede dos Sonhos.
MaçaiOK
Maceió (AL)
A empresa, premiada com o Troféu Saci-Pererê na categoria Acessibilidade durante o ABETA Summit 2024, se dedica ao Turismo Sociopedagógico, Ambiental e de Aventura segura e promove a inclusão e sustentabilidade no turismo de aventura.
Há mais de 10 anos no mercado, a agência oferece roteiros com atividades como trilhas, caminhadas e cicloturismo.
Raft Adventure Park
Três Coroas (RS)
É conhecido por organizar o Camping Acessível, evento que reúne mais de 150 voluntários e ONGs para proporcionar atividades de aventura a pessoas com deficiência e seus familiares.
A sócia do parque, Teriana Gandelim Selbach, destaca que a 6ª edição da iniciativa, que ocorrerá em março de 2025, é um exemplo de como a união do setor pode criar soluções acessíveis.
"Oferecer essas experiências é uma forma de garantir igualdade e mostrar que o turismo de aventura é seguro e inclusivo. Nosso trabalho inspira outras empresas a adaptarem suas práticas", comenta Selbach.
Acessibilidade com a Julietti
Talvez você não conheça essa montanhista pelo nome. Mas, certamente, já ouviu falar da cadeira Julietti criada para ela (e para todos os outros cadeirantes que queiram ir mais longe ainda).
Foi após um câncer de mama e uma síndrome neurológica rara que a engenheira Juliana Tozzi passou a ter dificuldades na fala, perder coordenação motora e ficar impossibilitada de andar.
Para que ela pudesse continuar subindo montanhas, uma das suas paixões, o esposo Guilherme Simões Cordeiro criou em 2016, com a ajuda de um fabricante de bicicletas, uma cadeira adaptada para Juliana voltar a encarar trilhas de difícil acesso.
Entre as facilidades do produto, Cordeiro destaca a altura (que dá ao cadeirante um campo de visão real, como se ele estivesse de pé), e o uso de apenas uma roda, que garante a passagem da cadeira.
Desde então, o casal já esteve com a Julietti no Maciço das Prateleiras, no Parque Nacional do Itatiaia (RJ), e na cordilheira dos Andes, onde subiram o vulcão Acotango, entre a Bolívia e o Chile, em busca do título de primeira cadeirante no mundo a subir uma montanha com mais de seis mil metros. Saiba mais: montanhaparatodos.com.br
