A 350 km de Fortaleza e a 100 km do aeroporto de Jericoacoara, no Ceará, Camocim é o destino dos banhos de rio, lago e laguinho. Tudo abraçado por dunas que se debruçam sobre praias semi desertas onde parece que você é o único a chegar ali.
O destino ganhou fama nacional por conta da Praia da Tatajuba, no Litoral Leste, entre Camocim e Jericoacoara. Mas o Viagem em Pauta tomou a direção contrária e desembarcou na Baía das Caraúbas, a 10 km do centro da cidade.
Assim como conta Mário Vieira de Carvalho, proprietário do hotel boutique Baía das Caraúbas, Camocim não é um destino de praia, daqueles que a gente estende a canga na areia e passa o dia todo debaixo do guarda-sol.
Oxi, então é destino do que?
A direção da sua viagem vai depender do que você está procurando: o Litoral Leste segue em direção à muvuca de Jericoacoara, e o Oeste, rumo ao Piauí, a 52 km dali.
"[O Litoral Oeste] é um negócio mais tranquilo. Para quem está procurando paz, se desconectar do mundo e ver poucas pessoas, é o lugar ideal", sugere o bugueiro Bruno Oliveira da Silva, que levou o Viagem em Pauta para o lado das praias dos atrativos menos frequentados.
A experiência que a reportagem provou foi pelo Litoral Oeste, um roteiro de quatro a seis horas de duração e 34 km de extensão, aproximadamente, até Barra dos Remédios, onde um braço de mar rodeado por dunas forma áreas de banho em águas tranquilas.
Exceto pela passagem na Praia do Maceió, a única com infraestrutura turística, como barracas de praia e comércio, a maior parte do passeio por Camocim é por praias desertas, vilas de pescadores, dunas e lagoas.
Já quem segue para o leste, sai da Baía das Caraúbas e passa pela Ilha do Amor, Praia de Tatajuba e pela vila homônima, cuja Duna do Funil é considerada uma das mais altas do litoral cearense.
De lá, o viajante continua até o Lago Grande, com opções de atividades como tirolesa e esquibunda (não incluso nesse passeio) e, por fim, a Lagoa da Torta.
Camocim: na casa de amigos
O português Mário Vieira de Carvalho foi criado numa casa acostumada a receber pessoas. Por isso, quem chega ao seu empreendimento tem sempre a sensação de estar na casa de um velho conhecido.
"O Baía das Caraúbas não foi pensado como um hotel, mas como uma casa de família para receber amigos", conta para a reportagem.
E, em se tratando desse hotel-boutique, nomes de bangalôs como Poder Mágico (Kanda), Plenitude (Tadan) e Amizade (Dakotah) não são apenas decoração, mas uma antecipação do que vem pela frente.
Mas se não quiser contato com o vizinho, está tudo bem também.
O terreno com 300 metros de frente para o mar abriga apenas sete bangalôs em forma de palafitas que se camuflam na vegetação. Com dimensões que variam de 30 m² a 120 m², essas construções de madeira com tetos em palha de carnaúba têm opções com vista para o mar e piscina privativa.
"Nosso hóspede não é só o kitesurfista. O conceito do hotel é o de aventura e romance. Uns vêm para namorar e outros para caminhar na praia para tomar banho nas piscininhas naturais que se formam [no mar]", explica Mário.
O café da manhã servido na construção de madeira que se ergue na areia é tão variado quanto a paisagem do lado de fora. Servida por etapas, num ritmo sem pressa, a primeira refeição do dia tem tapioca e omelete recheados, frutas, salpicão de frango, guacamole, três ou quatro tipos de pães, entre outras opções.
Os passeios em bugues citados nesta matéria são algumas das atividades privativas do cardápio do hotel Baía das Caraúbas e custam entre R$ 450 e R$ 650 (por veículo para até quatro passageiros).
Evite, porém, os meses entre março e maio, temporada de chuvas na região, e quando alguns hotéis, como o Baía das Caraúbas, estão fechados para manutenção.
