Com 18 milhões de moradores, favelas movimentam R$ 200 bi

Pesquisa mais recente do Data Favela mostra que 6 milhões de pessoas que vivem nessas comunidades sonham em ter negócio próprio

20 mar 2023 - 11h09
Renato Meirelles, do Data Favela, apresentou os dados da pesquisa na Expo Favela
Renato Meirelles, do Data Favela, apresentou os dados da pesquisa na Expo Favela
Foto: Douglas Jacó

Uma pesquisa realizada entre os dias 6 e 13 de março pelo Data Favela aponta que atualmente, 17,9 milhões de brasileiros vivem em favelas, que movimentam mais de R$ 200 bilhões ao ano. Foram entrevistados 2.434 moradores de favela em todas as regiões do país.

O total de moradores de favela do Brasil só não supera a quantidade de pessoas em São Paulo e Minas Gerais, ou seja, seria suficiente para povoar um hipotético terceiro estado do país. O levantamento mostra ainda que o número de favelas dobrou na última década. Atualmente, são 13.151 mapeadas. A renda movimentada pela população cresceu R$ 12 bilhões em relação a 2022.

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O levantamento mostra ainda que são cerca de 5,8 milhões de domicílios nas favelas brasileiras, com 5,2 milhões de empreendedores e outros 6 milhões que planejam ter um negócio próprio. A pesquisa mostra que 70% dessas pessoas pretendem ter um negócio dentro da própria comunidade em que vive.

50% dos moradores de comunidades empreendem, aponta Data Favela
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Dos negócios existentes, apenas 37% são formalizados, ou seja, possuem o Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ).

“A favela é a concentração geográfica das desigualdades sociais e muitas vezes o morador não encontra no emprego formal a oportunidade para desenvolver toda sua potencialidade. O morador da favela só vai conseguir ganhar mais do que dois salários mínimos se empreender dentro da favela. Assim, pode usar o seu potencial e fazer com que o dinheiro das favelas fique dentro das próprias favelas”, diz Renato Meirelles, fundador do Data Favela. 

Ele afirma que o crescimento da população nas favelas se dá pelo custo elevado, especialmente nas cidades grandes. Sem alternativa, as pessoas acabam procurando uma moradia mais barata."

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"A favela cresceu, mas não só no aspecto populacional. Mas, sobretudo, no aspecto econômico e no poder de compra. Com isso, não me resta dizer outra coisa que não a Favela é potência", diz Celso Athayde, fundador do Data Favela.

Consumo

O mesmo levantamento mostra que entre a população de favela, 6,5 milhões de pessoas pretendem comprar um imóvel e 7,9 milhões querem comprar móveis para a sua casa. O principal sonho de quem mora em favela é ter uma casa própria (34%): são 38% entre as mulheres e 29% entre os homens.

Entre os planos dessa população está iniciar um curso profissonalizante (7,9 milhões), enquanto 5,6 milhões querem fazer um curso de idiomas.

Fonte: Visão do Corre
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