Empresa usa bike som para anunciar negócios e agenda cultural na quebrada

Iniciativa criada na zona leste de São Paulo gera oportunidades de emprego para entregadores da região

2 ago 2023 - 05h00
Everton Silva e Daniel Gomes da Silva ajudam empreendedores locais e instituições a divulgarem o seu trabalho por meio da bike som
Everton Silva e Daniel Gomes da Silva ajudam empreendedores locais e instituições a divulgarem o seu trabalho por meio da bike som
Foto: Danielle Lobato/Agência Mural

Com caixas de sons acopladas em bicicletas, a Ciclo Log Leste (Cicloll) ajuda empreendedores locais a impulsionarem os seus negócios no território. A empresa, localizada em São Miguel Paulista, zona leste de São Paulo, também presta serviços a instituições públicas com a entrega de livros e divulgação da agenda cultural.  

“Acredito que a periferia é uma grande potência, por isso o nosso objetivo é somar e crescer junto com o comércio local, através do trabalho dos nossos entregadores norteados por uma consciência sustentável”, conta Everton da Silva Oliveira, 32, coordenador da Cicloll.  

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 A empresa surgiu em 2020, com a entrega de livros do Ponto de Leitura, do Galpão ZL, para os moradores da região. “Devido à pandemia, o espaço estava fechado para a leitura presencial. Diante desse cenário, veio o convite da instituição de fazer o delivery literário. Mesmo com o fim das restrições, a ação ainda acontece”, conta Everton.  

Rita Santos, 33, moradora da região, conta que a bike som faz a diferença. “É bem legal porque fico sempre informada das atividades culturais e até da venda de produtos do bairro.”  

O processo de divulgação acontece em três fases: alinhamento com o contratante sobre o que será divulgado, gravação de vinheta em estúdio e veiculação do conteúdo gravado por meio do bike som. O trabalho acontece de segunda a sábado, no horário comercial e dentro do território delimitado com o cliente.  

Everton Silva é educador ambiental e está à frente da Cicloll
Foto: Danielle Lobato/Agência Mural

Everton conta que, na reunião com o cliente, é realizado um levantamento sobre a história do estabelecimento, os pontos positivos, o diferencial e qual a mensagem ele deseja passar. 

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“Por exemplo, atualmente, estamos com a divulgação do SuperOpa, um marketplace de venda de alimentos, bebidas, etc. A nossa mensagem se concentra na variedade de produtos que a rede tem e nos melhores preços”, diz.   

Com o passar do tempo, o Cicloll se fortaleceu, ganhou espaço e abriu-se para as possibilidades de serviços no território. Atualmente, a empresa conta com dois entregadores fixos, além de freelancers que fazem parte do coletivo.  

Para contratar os serviços, basta entrar em contato por meio das redes sociais. As regiões atendidas são Jardim Helena, São Miguel Paulista e Itaim Paulista, mas Everton diz que a Cicloll considera expandir sua atuação para outros bairros.  

O biker Daniel Gomes da Silva com a caixa acoplada na bicicleta pronto para fazer divulgações
Foto: Danielle Lobato/Agência Mural

“O objetivo é expandir o nosso trabalho. Por isso, nos mantemos abertos a propostas, mas ressaltamos que o valor pode mudar por conta da locomoção e toda logística envolvida.”  

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Everton pontua os desafios e oportunidades de realizar um projeto na periferia.

“O primeiro obstáculo é a falta de visibilidade que gera dificuldade a pequenos negócios locais acessarem recursos financeiros. O outro desafio é conseguir gerar um negócio voltado para ciclologística periférica de forma sustentável que não siga moldes exploratórios.” 

Em relação aos ganhos, o educador ambiental destaca o benefício para o meio ambiente e o reconhecimento para o território, além da economia circular por contratar profissionais do bairro para executar as ações.  

“Muitos dessas pessoas contratadas não precisam ter necessariamente ligação ou experiências com trabalhos com bicicletas e a Ciclo Log pode ser uma porta para as pessoas nesse ramo. Além de termos como princípio a diversidade como norte quando pensamos em contratar profissionais do bairro para executar as ações”, finaliza Everton. 

Atualmente, a iniciativa ganhou o apoio do Vai Tec (Programa de Valorização de Iniciativas Tecnológicas), um projeto municipal gerido pela Ade Sampa em parceria com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho (SMDET). O aporte financeiro é destinado aos empreendedores jovens de baixa renda para que transformem as suas ideias inovadoras em negócios tecnológicos sustentáveis.  

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