"Não é o asfalto que convidou a favela", diz Celso Athayde sobre feira de empreendedorismo

Fundador da Central Única de Favelas (CUFA) e idealizador da Expo Favela, diz que evento nasceu de uma demanda popular e pode crescer mais

17 mar 2023 - 14h13
(atualizado às 15h30)
Celso Athayde é o idealizador da Expo Favela, que começa nesta sexta-feira em SP
Celso Athayde é o idealizador da Expo Favela, que começa nesta sexta-feira em SP
Foto: Douglas Jacó/Favela Holding

Quando a Expo Favela abrir as portas em São Paulo, nesta sexta-feira (17), estará dado o primeiro passo para o inicio da edição 2023, que percorrerá 20 estados brasileiros até o fim do ano. Celso Athayde, fundador da Central Única de Favelas (CUFA) e idealizador do evento, sabe que o caminho é longo, mas está satisfeito com o crescimento e a penetração da ideia, que ano após ano se consolida.

"A Expo Favela nasce de uma demanda popular. O evento hoje começa a se tornar uma grande resposta para a sociedade. Essas pessoas sempre foram vistas como carentes, menores, com pouca qualificação. Hoje estão aí, produzindo, empreendendo, com a percepção de que sabem e conseguem fazer coisas incríveis", diz ele.

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Segundo Athayde, estar presente em 20 Estados, junto com aqueles que melhor performaram em seus setores de atuação, é uma mostra do muito do que ainda pode ser feito dentro desse setor da sociedade. 

"São mais de 500 pessoas, centenas de empreendedores, dos mais variados setores, massificando uma ideia de quanto são potentes. Hoje estão aí, disputando espaço de igual para igual dentro do World Trade Center (WTC), local do evento aqui em São Paulo. É um ciclo de transformação que cada vez mais vai ganhando força", diz.

Em São Paulo, estão previstos três dias de evento, que se encerra domingo, no WTC Events Center. Serão palestras, workshops, exposições, rodadas de negócios, apresentação de startups, debates, cursos, shows, filmes, desfiles, entre outras atividades.

Athayde diz que a feira estará em 20 estados, ainda com possibilidade de crescimento em 2023
Foto: Douglas Jacó/Favela Holding

Potência

Segundo Athayde, o mais importante é que a iniciativa apresenta um crescimento sólido, distante de ser um vôo de galinha. 

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"As marcas estão orgulhosas, participando. Quem veio na feira do ano passado percebe que não é o asfalto que convidou a favela. É nossa organização, nossa estética e até os nossos equívocos estão presentes. Estamos dividindo o palco com gente importante de todos os setores. Vai ser algo muito efervescente", diz.

Segundo ele, fazer uma feira desse tipo, presente em 20 estados, não é algo fácil, mas vai sendo construído passo a passo. Ele acredita que esse número possa crescer ainda este ano, já que a data final para o ingresso de novos estados só será finalizada em agosto.

"No Brasil, talvez hoje, nenhum evento presente em tantos estados", diz. Ele cita, por exemplo, o Campeonato Brasileiro de Futebol da Série A, que este ano será disputado em apenas nove estados. "Não é fácil. São precisos recursos, parceiros, e estamos construindo isso. Não é pouco."

Fonte: Visão do Corre
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