De acordo com Secretaria de Estado da Justiça, Família e Trabalho mais de 250 mil ( 250 mil famílias paranaenses vivem em extrema pobreza, segundo dados da, divulgados em abril de 2022 (aquelas que vivem com renda per capita de até R$ 105 por mês). A cidade de Foz Iguaçu concentra 46 mil moradores em situação de extrema pobreza, segundo os dados do Cadastro Único (CadÚnico) da prefeitura,a principal porta de entrada do governo federal para os programas sociais.
Segundo o levantamento, atualmente 17.383 famílias (o que corresponde a 39.120 pessoas) se encontram nessa situação no município – 9.140 famílias dessas residem na ocupção Bubas – maior ocupação de moradia do Estado Paraná.
Situada a apenas cinco quilometrôs das Cataratas do Iguaçu, a ocupação de 40 hectares que já pertenceu ao principal engenheiro civil da cidade é fronteriça por Puerto Iguazú, na Argentina, e Ciudad del Este, no Paraguai. A ocupação reúne cerca de 3.500 imigrantes segundo o censo dos próprios moradores.
O congolês Jassipiere vive a quartoze anos na cidade e aprendeu o português na própria ocupação. “ Este ano a ocupação fez 13 anos de vida, eu estou aqui desde o começo, não tive acolhimento quando eu cheguei ao Brasil, aqui tive uma casa, uma nova língua e novos amigos” relata Jassipiere.
A maioria dos imigrantes são argentinos, paraguaios, haitianos, de Guiné-Bissau, venezuelanos, guatemalos e indígenas andinos. Além da língua a principal dificuldade enfrentada é regularização de seus documentos e o enfretamento a pobreza.
Verónica Keynner é venezualana, mãe solo de quatro crianças e chegou ao Brasil em 2018 para tentar uma nova vida com a sua família. Trabalha em empregos informais e possui cadastros em ongs e inciativas privadas.
“A primeira coisa que fiz quando cheguei ao Brasil foi emitir minha Carteira de Registro Nacional Migratório e dos meus filhos, eu tento ser o mais certa possível”. Explica Verónica.
De acordo com Verónica mesmo com o carteira de registro nacional migratória em mãos, emitir documentos ou ter acesso a programas socais é muito burocrático, o que torna a vida dos migrantes muito vulnerável.
“O único Programa Social que eu consigo usar é o SUS, vacinei meus filhos, tomei vacinas também e tive acesso a todos os médicos mas até para matrícula do meu filho mais velho no ensino médio passo por dificuldades, além de ser refugiada eu moro em uma ocupação que ainda está sendo regularizada, as autoridades mê veem como duplo incomodo,” explica
Esse também é o caso do nigeriano, que está 20 anos no Brasil e só conseguiu ter acesso a programas de combate a fome durante a pandemia. “Quando eu cheguei no Brasil eu procurei empregos, estudos, e regularização e consegui muito, mas o preconceito, a pobreza e dificuldade de regular os documentos me fizeram passar por muitos momentos ruins” relata
Adebayl é pedreiro estudante de relações internacionais na UNILA - Universidade Federal da Integração Latino-Americana e morador da ocupação. “Eu me impressiono com os programas socais do Brasil, são muito bons e se conseguíssemos acessar a nossa situação seria outra. Em momentos de desemprego tive que contar com a solidariedade do povo daqui que com seus auxílios dividiam comigo”. Disse
O estudante também frisa que durante a pandêmia cresceu o número de migrantes na ocupação de moradia pois muitos que conseguiam pagar por moradias precárias perderam seus empregos.
“ É a globalização da pobreza, você encontra representantes de muitos países aqui, na pandemia vieram muitos, principalmente da américa do sul. O Brasil é um país de muitos recursos e é um país receptivo só precisamos de ajuda dos órgãos oficiais para podermos estar nos programas sociais e logo contribuir com a riqueza desse país também”.