Apesar da força da cultura hip hop brasileira, nenhum dançarino ou dançarina representará o Brasil nas Olimpíadas de Paris 2024. A última chance aconteceu em disputa que aconteceu no final de semana de 23 de junho. Também não haverá representantes da América Latina.
O Brasil não terá representante masculino nem feminino no breaking, que estreia nas Olimpíadas de Paris 2024. O b-boy Leony Pinheiro e Mayara Collins, b-girl conhecida como Mini Japa, disputaram vagas em Budapeste, Hungria, no Olympic Qualifier Series (OWS) e não conseguiram se classificar.
Leony escreveu em seu Instagram que “infelizmente não deu para trazer a vaga, mas o recado foi dado: a gente pode”. Segundo ele, “a vida segue normal e continua a caminhada”.
Mini Japa fez um longo texto na mesma rede social. “Eu estou muito, muito feliz comigo mesma e orgulhosa, nada tira hoje a felicidade e a paz”.
Marcelinho Back Spin, histórico b-boy paulistano, diz que a ausência do Brasil nas Olimpíadas não é por causa da capacidade técnica, nem da força da cultura hip hop. “A questão foram os gestores. Começou errado. Eles procuraram as pessoas do movimento para apoiar, mas lá dentro, não democratizaram”.
Para o dançarino, a preparação teria que ter sido diferente. “Na Europa, na Ásia, eles estão se preparando há anos. Foi uma falta de respeito muito grande com o movimento aqui no Brasil”.
Segundo José Bispo de Assis, da diretoria de breaking da Confederação Nacional de Dança Desportiva (CNDD), “estamos tristes em não classificar”. Ele cita as dificuldades de começar a preparação durante a pandemia e a chegada de recursos somente em 2022.
“Ainda temos muito a evoluir, mas posso afirmar, com a experiencia de 37 anos de breaking e hip hop, que quanto mais breakers estiverem em posições de comando na CNDD, mas rápido ambos crescerão”, diz Assis.