Recifenses que têm interesse em melhorar a saúde, o bem-estar e qualidade de vida praticando atividades físicas, mas que não podem ou não querem pagar academia, têm alternativas gratuitas. Destacamos três projetos que promovem aulas em espaços abertos ao público, em todas as regiões da capital.
Um deles é o projeto Dead dor Monster, frequentado pela estudante Lilian Fireman Dutra de Menezes, de 38 anos. Ela encontrou a oportunidade de praticar atividade física sem precisar desembolsar valores que comprometeriam sua renda. Moradora da comunidade próxima do Poço da Panela, desde 2004 participa dos treinos que acontecem toda segunda-feira, às 20 horas, no Parque da Jaqueira, zona norte do Recife.
Lilian faz o percurso de três quilômetros de casa ao local dos treinos de bicicleta. “Vencer dores e dificuldades diárias indo aos treinos me fortalece. A interação com outras pessoas nem sempre é fácil, mas ao treinar em grupo me sinto uma cidadã que soma na vida dos outros e da minha comunidade”, conta.
Neste mês, o Dead or Montrer completa 10 anos. Chun Kinh Chian, professor e idealizador do projeto, sempre foi interessado em movimento. “Percebi que não precisava ter um objetivo específico de estética ou treinamento, mas sim utilizar meu corpo, interagir com o ambiente, com as pessoas”, ressalta.
Aprender e praticar parkour na faixa
Nas tardes de sábado, também no Parque da Jaqueira, qualquer pessoa a partir dos seis anos de idade pode aprender parkour – o nome vem do francês “parcour”, que significa “percurso”. A atividade pode ser definida como a habilidade de utilizar o corpo para realizar um percurso com obstáculos de maneira rápida, eficiente e segura.
Desde 2010, Paulo Henrique Duracell e outros praticantes dão treinos de forma gratuita para disseminar a prática. Antes de começarem, há apresentações, conversas sobre regras e abordagem de algum tema relacionado ao parkour. “O treino se inicia às 14h30. Quem chega atrasado, paga vinte flexões”, alerta Duracell.
O público pode atingir 40 pessoas. “Pegamos a prática do parkour bem no começo. Nos organizamos para sermos um tipo de guardião do esporte na cidade e dar acesso a qualquer pessoa que tivesse interesse”, conta Paulo.
Os treinos ocorrem no Parque da Jaqueira e, uma vez por mês, são realizados em um local diferente, que pode ser no Parque Santana, Parque da Macaxeira, Sítio da Trindade, todos na zona norte do Recife.
Política pública de incentivo a atividades físicas
O Programa Academia da Cidade (PAC) promove saúde com atividades físicas, lazer e alimentação saudável. Rola ginástica, dança e jogos, além de iniciativas culturais. Os profissionais fazem avaliação física e oferecem orientação para caminhada e corrida. Há palestras, rodas de diálogos, seminários e passeios ciclísticos.
Roseane Maria dos Santos Lima, 54 anos, é moradora do Alto José Bonifácio, periferia da zona norte do Recife. Profissional de serviços gerais, frequenta há cinco anos a Academia Recife, que faz parte do PAC.
Mesmo cansada do trabalho, caminha cerca de 1,6 quilômetro todas as noites até o bairro Casa Amarela. “Acho um projeto maravilhoso. Nunca treinei em academia paga e nem teria condições. É uma alternativa muito boa e acessível”, diz.
O projeto Academia Recife tem estrutura ao ar livre e proporciona acesso gratuito a equipamentos de musculação e a instrutores profissionais, que acompanham as atividades.
Serviço
Academia Recife funciona de segunda às sextas-feiras, das 5h30 às 9h30 e das 17h às 21h. Aos sábados, das 6h às 10h, em estruturas disponíveis na Lagoa do Araçá, Santo Amaro, Macaxeira, Várzea, Jaqueira, Torre, Santana, Segundo Jardim de Boa Viagem, Engenho do Meio, Coque, Hipódromo, Ibura, IPSEP, Água Fria, Centro Esportivo Santos Dumont (Boa Viagem), Guabiraba, Barro, Casa Amarela e Mustardinha.