Olimpíada de Paris: aos 11 anos, atleta previu que estaria lá

Declaração de Ygor Coelho, do badminton, está em vídeo de 2008. Cria de projeto social do pai, disputa a terceira Olimpíada

29 jul 2024 - 20h39
(atualizado em 30/7/2024 às 09h42)
Resumo
Nove anos antes de Paris ser escolhida para sediar os Jogos Olímpicos, o filho do fundador de projeto social de badminton na comunidade da Chacrinha, no Rio de Janeiro, disse, com todas as letras, que iria disputar a Olimpíada na França. Entenda o contexto e os motivos pelos quais a declaração foi dada – não tem relação com a candidatura de Paris.
Atleta do badminton previu, aos 11 anos, que iria para Olimpíada na França
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O atleta do badminton Ygor Coelho, da comunidade da Chacrinha, no Rio de Janeiro, declarou em entrevista, aos 11 anos de idade, que disputaria uma Olimpíada na França. A declaração espontânea e premonitória não tem relação com a candidatura de Paris, que só seria oficializada nove anos depois.

Era 2008. Alguns meses antes, o projeto social Miratus, de badminton, criado pelo pai de Ygor Coelho, tinha recebido duas visitas importantes.

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Uma delas, a atleta canadense Charmaine Reid, que tinha acabado de levar a prata nas duplas femininas do Pan do Rio 2007.

Outra visita foi de Gwenaelle Maitre, francesa, representante da empresa Decathlon no Brasil, interessada em conhecer projeto social fundado e construído, com as próprias mãos, pelo pai de Ygor Coelho.

A atleta olímpica canadense Charmaine Reid visitando o projeto social Miratus, na Chacrinha, RJ.
A atleta olímpica canadense Charmaine Reid visitando o projeto social Miratus, na Chacrinha, RJ.
Foto: Arquivo pessoal

A visita da Gwen, como é mais conhecida no projeto social Miratus, deu início ao patrocínio da empresa, que em 2008, via Fondation Decathlon, financiou o piso das quadras.

Dois fatos explicam a fala olímpica

Era dia de festa quando Ygor Coelho falou que estaria na Olimpíada na França. Estavam sendo feitos registros em foto e vídeo pela equipe da patrocinadora, que apoia o atleta e o projeto até hoje.

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Para Gwen, a inspiração gerada pela presença da atleta olímpica canadense e a convivência com funcionários da empresa francesa levou o garoto a citar a Olimpíada na França como um sonho possível.

No centro da roda, o atento Ygor Coelho, então bicampeão Pan-Americano sub-11. Ele ganharia em todas as categorias
Foto: Arquivo pessoal

O vídeo, com quase três minutos, começa em francês, com Gwenaelle apresentando Ygor Coelho. Na época, ele era bicampeão Pan-Americano sub-11. E se tornaria o único atleta de badminton das Américas a ganhar em todas as categorias: além do sub-11, venceu o sub-13, sub-15, sub-17 e sub-19.

Diálogo sobre o futuro que se concretizou

Fluente em português, com mais tempo de Brasil do que de França, a então diretora financeira da Decathlon pergunta em português “o que o badminton representa para você?”.

Ygor responde que “representa muitas coisas, me faz viajar a América toda”. Então emenda: “E o badminton vai me levar para vários lugares, para a França, o meu sonho é ir para a França e jogar as Olimpíadas pelo Brasil”.

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A francesa Gwenaelle Maitre foi a autora da pergunta que levou Ygor Coelho a prever presença na França
Foto: Arquivo pessoal

A fala começa com 1 minuto de vídeo. Quase no final, aos 3:30, perguntado sobre seu maior sonho, Ygor Coelho repete que “é ir pras Olimpíadas”.

Gwenaelle insiste: “Você acha que vai conseguir chegar lá?”. Confiante, ele responde “vou, estou treinando muito”. E foi. Paris é sua terceira Olimpíada.

Atleta perdeu primeiro jogo na França

Ygor Coelho perdeu na estreia para o japonês Kodai Naraoka, mas teve o prazer de ouvir a torcida gritando seu nome. O brasileiro ainda está na disputa: dia 30, volta à quadra contra o sul-coreano Jeon Hyeok-Jin.

Além de vencer, precisa torcer por uma vitória do mesmo sul-coreano contra o atleta japonês que ganhou de Ygor na estreia.

Fonte: Visão do Corre
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