Edição de 2024 da Homeless World Cup acontece em Seul e reúne 64 equipes. Seleção brasileira prefere chamar a modalidade de “futebol social” ao invés de “futebol sem-teto”, que reforça preconceitos, associando a modalidade somente a quem mora na rua. Brasil é tricampeão da competição.
Saiu a convocação da seleção brasileira de futebol de rua para o mundial que acontece em Seul, capital da Coreia do Sul, no final de setembro. O time tem três mulheres e cinco homens entre 16 e 20 anos, de seis estados brasileiros. A equipe mista vai tentar o quarto título na Homeless World Cup.
As seleções podem inscrever até oito jogadores, com times masculinos, femininos ou mistos. “Quando a gente vai com um time só, nunca deixamos as meninas de fora”, explica Guilherme Araújo, diretor executivo da Futebol Social, que organiza a seleção brasileira.
As convocadas e convocados são:
- Jéssica Monteiro, 16 anos, Ceará.
- Levi Charles, 17 anos, Ceará.
- Riane Karen, 18 anos, Bahia.
- Anna Carolina, 18 anos, Rio de Janeiro.
- Guilherme Temístocles, 18 anos, Distrito Federal.
- Raurisson da Silva, 18 anos, Pará.
- Andrew Vitor, 19 anos, Amazonas.
- Matheus do Carmo, 20 anos, Rio de Janeiro.
Antes de embarcar para a Coreia, a seleção brasileira se prepara em Bertioga, litoral paulista, e São Roque, no interior do estado. Segundo Araújo, “tem histórias lindas ali, jovens vindos de favelas, de comunidades quilombolas, ribeirinhos, um grupo que representa o público que a gente quer transformar”.
Tudo menos “futebol sem-teto”
Realizada anualmente desde 2003, a Copa do Mundo foi chamada “de futebol sem-teto”. Mas a expressão pode ser pejorativa, associando a falta de moradia somente a quem está em situação de rua, enquanto o problema da habitação é mais amplo.
Alguns países, como Chile, preferem chamar de “futebol de rua”, pela relação direta com o local onde nasceu e se desenvolve a modalidade. O Brasil tem preferido “futebol social”. Mundialmente, a Copa do Mundo adota o termo “homeless”, em inglês, que significa “morador de rua”.
“Há jovens que vivem numa moradia precária, sem saneamento básico, com muita violência, sem iluminação, mas ele jamais se veria como o sem-teto, da maneira como ele é caricaturado”, explica Araújo.
Algumas regras da modalidade
Atletas que participaram de edições anteriores não podem jogar a Homeless World Cup. São quatro jogadores em quadra, três na linha e um goleiro.
Os jogos têm dois tempos de 7 minutos e são disputados em quadras de 16 x 22 metros. O gol tem quatro metros de largura por 1metro e 30 centímetros de altura.
Entre as diferenças em relação ao futebol de campo e salão, o goleiro não pode sair da área, seu espaço exclusivo – nem jogadores do próprio time podem entrar nela.