Duas integrantes do time brasileiro de rugby, Leila e Bianca Silva, contam suas trajetórias e falam sobre as expectativas para as Olimpíadas Paris 2024. Elas são as “yaras”, em referência à guerreira do folclore brasileiro.
Leila Silva e Bianca Silva, atletas brasileiras que disputarão as Olimpíadas de Paris 2024 pelo time feminino de rugby, não têm somente o mesmo sobrenome. Elas são crias da favela de Paraisópolis, a segunda maior de São Paulo, e começaram a treinar no projeto social Leoas de Paraisópolis.
Na seleção olímpica, são as “yaras”, apelido que segue uma tradição do rugby, com times associados a espécies emblemáticas da fauna.
“Nosso nome surgiu pela guerreira Yara. Vem dos povos indígenas, da nossa cultura”, explica Leila.
Elas são leoas e guerreiras dentro e fora de campo, pois o time feminino brasileiro tem resultados muito bons, mas ainda não atrai patrocinadores.
Apesar disso, pelo menos as atletas da seleção conseguem ter o mínimo de estabilidade para viver: fazem inglês, tem nutricionista, psicóloga e uma casa à disposição.
Nesta entrevista para a segunda temporada do podcast Visão do Corre, elas também explicam as diferenças entre futebol americano e rugby, explicação sempre necessária quando se trata de um esporte pouco difundido no Brasil.
E falam, claro, das expectativas olímpicas. “A gente caiu numa chave com garotas grandes, como as donas da casa, as francesas; diante do Japão também haverá muita dificuldade”, diz Bianca.
O foco é total, até porque existem chances reais de disputar as primeiras posições. “Eu não me vejo fora do esporte, planejo ser mãe, mas não sei quando. Quero aproveitar as oportunidades que o rugby me dá, e agora são as Olimpíadas”, diz Leila.
Pode ser que, antes de ser mãe, ela e as companheiras deem à luz um rebento valioso, uma medalha olímpica – sem esquecer que são vencedoras faz tempo. A começar pela superação das barreiras da vida na favela, que já superaram. Confira o episódio completo.