Taça das Minas premiará campeãs do futebol feminino da zona noroeste na Brasilândia

Campeonato iniciado em maio está na segunda edição e terá disputa entre os times Conexão Yadóia e Garotas do Promorar

28 jul 2023 - 19h01
Time Conexão Yadoia, do Conjunto Habitacional Yadoia, no Jardim Brasília, que fará dois anos de formação
Time Conexão Yadoia, do Conjunto Habitacional Yadoia, no Jardim Brasília, que fará dois anos de formação
Foto: Divulgação

Neste sábado (29), dois jogos de futebol feminino prometem entregar muita emoção em disputas eletrizantes. Pela manhã, a seleção feminina brasileira enfrentará a França - o time é considerado o adversário mais forte na primeira fase da Copa do Mundo -, na Austrália.

À noite, o clima será de decisão para as jogadoras dos times Conexão Yadoia e Garotas do Promorar, que disputarão a final da Taça das Minas, na Brasilândia, zona norte de São Paulo.  

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Esta é a segunda edição do campeonato de futsal, iniciado em maio, com 16 times das regiões norte e noroeste da cidade, de jogadoras não federadas. Dois jogos definirão os três primeiros colocados, que receberão troféus e medalhas. A expectativa é de uma competição acirrada e muita festa.  

“Conseguimos dois ônibus para transportar as torcidas do Yadoia e do Elisa Maria, os bairros dos times finalistas. A ideia é lotar a quadra que tem capacidade para mil pessoas. Vai ser algo contagiante”, estima Wilson Leandro de Lima, 63, mais conhecido como Rato, um dos organizadores da Taça.  

As duas equipes finalistas são de bairros da Brasilândia. De um lado da disputa está o Garotas do Promorar, do Jardim Elisa Maria. Criado por Raimundo Salazar, em 1985, o antigo Promorar era destinado somente para jogadores masculinos, com o passar do tempo, as meninas começaram a ocupar as quadras e, em 2000, oficializaram o Garotas do Promorar.  

Time Garotas do Promorar, do Jardim Elisa Maria, que conta com integrantes da família Salazar
Foto: Divulgação

O time conta com a participação em peso da família Salazar. Dinaura, esposa de Raimundo, foi goleira no passado. As filhas do casal Mariana e Adriana Salazar estão na equipe atualmente. Mariana, 30, é goleira; já Adriana, 36, é presidente do time e jogadora fixa, casada com o técnico Sidnei Rocha, 35.  

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“Conheci meu marido, que hoje é o treinador da equipe, em uma partida de futebol. Ele me deu uma falta, que para mim foi injusta, e eu lhe dei um soco no peito. Ali, ele se apaixonou e estamos juntos há quase 18 anos”, conta Adriana. 

Para a decisão, ela espera um jogo acirrado. “Tendo em vista que já nas decisões ganhamos do Yadoia por 6 a 0, creio que esta nova partida venha com uma estrutura de jogo completamente diferente. Acredito que desta vez seja 4 a 2.”  

Para Brasil e França, o palpite de Adriana é de 2 a 1. “Vai ser um jogo pesado”, acredita.  

Há três anos no time, a jogadora Erica Martins, 30, a Kinha, conta que, exceto na posição de goleira, atua em todas as outras. “O futebol está no meu sangue. Sabemos que não somos atletas de 18 aninhos e temos muitas responsabilidades. Estamos na final da Taça das Minas com muito esforço de cada uma de nós, já passamos por situações que chegamos a dar uma desanimada, mas jamais desistimos”, diz.  

Kinha aposta na vitória do time, “chutando por baixo”, em 8 x 1 como resultado da partida. Para Brasil e França, também palpite em 2 x 1, na vitória da seleção brasileira.  

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Do outro lado da quadra estará o time Conexão Yadoia, do Conjunto Habitacional Yadoia, no Jardim Brasília. Formado por jogadoras com idades entre 17 e 40 anos, o time completará dois anos no próximo dia 9 de agosto. Classificou-se para a final por pontos durante o torneio.  

 A pivô Marcela Albuquerque, 29, a Malluh, joga desde futebol desde pequena influenciada por familiares, que foram jogadores profissionais. O pai jogou na Portuguesa e o irmão no Palmeiras. Malluh conta que o sonho de se profissionalizar ficou para trás, por conta da idade, mas tem se dedicado ao Conexão Yadoia, onde joga desde a fundação do time, e à final da disputa.  

“Gosto de jogar, sempre sonhei ser jogadora. Tenho um técnico que me ajuda muito a evoluir e treinamos duas vezes por semana. É muito gratificante ver que o nosso time está na final do nosso primeiro campeonato”, diz.  

A jogadora aposta na vitória por 4 a 2 contra as adversárias. O resultado é o palpite também para a vitória do Brasil contra a França.  

Outra craque, Andreza Costa, 39, a Deza, é fixa no Conexão Yadoia e diz ter jogado durante toda a infância e adolescência, mas parou e voltou às quadras com o time. E tem corrido para conciliar a sua agenda.  

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“Minha vida é um pouco corrida, por ser mãe de família. Sou cabeleireira, então tenho que fazer bastante manobra para conseguir chegar aos treinos. Mas eles são muito válidos, e cada um deles é uma evolução. Foi bem emocionante chegar a essa final”, comenta.  

Para a disputa, Deza acredita na vitória por 4 a 3. “Temos muito respeito pelo time das meninas, que jogam muito, e acredito que vai ser um jogão bonito de ser ver. Mas acredito no meu time e sei que vai ser bem acirrado.”  

Sobre a disputa da seleção feminina contra a França, Deza aposta que o Brasil vencerá a partida por 3 a 1. “Chegamos muito bem nessa Copa e estou muito feliz com a seleção, já que o primeiro jogo passou bastante confiante. É o que digo, né? Sou Marta, embora esteja vendo algumas meninas como Andressa, minha xará, e estou apostando minhas fichas nela.”  

Os dois jogos da final começam a partir das 19h, na  Quadra do Canarinho, Rua Laurindo dos Santos, no Jardim Carumbé. Instagram das equipes: @garotasdopromorar e @conexao_yadoia.  

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