O futebol de várzea mostra que não há restrição de idade para ser praticado. Em Embu-Guaçu, os veteranos estão sempre em campo para disputa de amistosos, festivais e torneios aos finais de semana. As partidas entre os jogadores com idades acima de 50 anos acontecem em vários bairros da cidade que fica na região metropolitana de São Paulo.
O formato de uma partida de futebol para os jogadores masters costuma ser diferente do tradicional. As substituições, por exemplo, são livres e a duração do jogo é reduzida de 35 minutos para 30.
Em busca de valorizar o futebol master na cidade, o Atlético Clube Embu-Guaçu promoveu o 1º Torneio 50tão Troféu Roberto Papagaio, homenagem ao ex-presidente do clube que faleceu vítima de covid-19. Formada há 3 anos, a categoria dos veteranos Só o Pó 50+ foi a campeã após vencer o Crispim por 3x2, no início deste mês.
Autor de dois gols na final, Ronaldo Oliveira, o China, como é conhecido na várzea, foi o artilheiro da competição. Ele conta que começou a jogar bola aos 13 anos de idade pela zona sul de São Paulo. “Comecei quando moleque a jogar bola e nunca parei. Enquanto eu tiver saúde, vou estar na beira do gramado com a minha chuteira”, afirma.
Um dos mais experientes na várzea de Embu-Guaçu, Arnaldo Tadashi, 59, está há 11 anos no Scala Futebol Clube. Antes de integrar o time dos 50tões, atuou como atacante nos Veteranos B do clube. Para ele, o futebol é o momento que reúne amigos e familiares para curtir um momento de lazer.
“Praticar qualquer esporte só traz benefícios para a saúde, eu jogo futebol porque é fundamental para o meu condicionamento físico, me ajuda psicologicamente tira o estresse do dia a dia e não tem nada mais agradável que eu curtir um momento com amigos familiares na beira do campo”’, diz o taxista. .
Com pensamento semelhante, Elias José, volante e vice-presidente da equipe Só o Pó, veste a camisa do time desde o início do projeto, e diz que a prática da modalidade ajuda na qualidade de vida. “Eu respiro futebol desde moleque e hoje quando eu chego na casa dos 50 anos sendo campeão é uma vitória da vida”.
De acordo com a organização do Troféu Roberto Papagaio, há uma projeção de uma segunda edição do torneio, prevista para setembro deste ano.
“Eu já vinha lutando bastante para criar essa competição, fizemos essa primeira com apenas 4 equipes, foi bem acolhido por todos os times, a ideia agora é ampliar porque é um campeonato que não tinha na cidade, pra mim foi uma satisfação enorme poder estar organizando este torneio”, afirma João Rasquinho.